quinta-feira, 6 de junho de 2013

Guerra no campo, produtores rurais avisam que vão reagir contra invasões indígenas

A tensão entre índios e produtores rurais em Mato Grosso do Sul, que já resultou em um indígena morto e outro ferido a bala, pode ficar ainda pior, segundo um representante dos fazendeiros. "Estamos falando de um massacre iminente. Temos produtores que se recusam a sair de suas propriedades e estão armados", disse Francisco Maia, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) e da Frente Nacional da Pecuária (Fenapec). "Vai morrer mais gente", afirmou: "Vai ter mais sangue". "Alguns produtores estão armados nas suas propriedades, não vão sair e vão enfrentar os índios", disse Maia: "Isso que aconteceu, de morrer um índio, pode ser pouco diante do que se anuncia”. Segundo Maia, os problemas fundiários entre indígenas e fazendeiros sul-mato-grossenses se acentuaram há 15 anos. "A Constituição de 1988 estabelecia um prazo de cinco anos para a demarcação dessas terras. As coisas não aconteceram, e os índios continuaram avançando e sempre pretendendo áreas maiores do que o possível e do que o razoável”. Segundo Maia, as pretensões da Fundação Nacional do Índio (Funai) não têm embasamento nem estudo consistente que as justifique: "São todas em cima de áreas tituladas. Não temos problemas de excesso de terra ou de grilagem. Todas as terras são legais, com escritura". A situação está fora de controle, de acordo com Maia: "As leis não são cumpridas, e está valendo a lei indígena adotada por eles. Eles rasgam ação judicial de reintegração de posse, a própria Polícia Federal vai lá e não faz a reintegração. Vivemos num caos na área de conflito". Por isso, na opinião de Maia, "quem vai ter que entrar nessa parada é o Congresso Nacional porque o governo perdeu a mão. Parece que o governo perdeu autoridade. É um problema muito sério". O fazendeiro atribui a situação mais tensa em Mato Grosso do Sul a "uma visão ideológica orquestrada". Segundo ele, "não existe Estado de Direito, já que o Estado não defende" os produtores rurais, os quais não podem deixar de reagir quando as suas propriedades são invadidas.

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