terça-feira, 11 de junho de 2013

LEILÃO EM AGOSTO VAI IMPULSIONAR INVESTIMENTOS EM ENERGIA EÓLICA NO RIO GRANDE DO SUL

Os ventos devem soprar para novos investimentos em potenciais energéticos renováveis no Rio Grande do Sul, sobretudo para energia eólica, que começa a sinalizar como atrativo para investidores com o novo leilão de energia A-2 (específico para este fim) programado para 23 de agosto. As regiões Sul e Nordeste brasileiro, como maiores potenciais geográficos e de geração energética desta fonte, poderão expandir seus atuais parques e servir como fonte de complementação hídrica ao Sistema Elétrico no País. As perspectivas foram traçadas pela presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Élbia Melo, durante Audiência Pública promovida na tarde desta segunda-feira na Assembleia Legislativa. O evento, organizado pela Comissão Especial de Carvão e Energia Eólica – presidida pelo deputado estadual Márcio Biolchi (PMDB) – reuniu mais de 50 pesquisadores e representantes do setor energético. Na ótica da representante da ABEEólica, que visitou pela manhã o Parque Eólico de Osório, o primeiro instalado no Brasil, o Rio Grande do Sul com a produção expandida para 250 MW, mais do que as explorar as vantagens naturais das regiões produtivas, como as do Litoral Norte, Sul e Campanha, tem que promover junto ao governo estadual a sinalização para os investidores de suas potencialidades. Atualmente, o Estado posiciona-se na ponta do sistema energético e consome mais do que produz. Para Élbia, isto deve ser observado. “Não se pode abrir mão de qualquer forma de fonte de energia. E os parques eólicos servem para complementar com outros recursos do sistema energético, como as da hidrelétricas, sem necessidade de substituição da matriz. Também convive harmonicamente com outras atividades econômicas, como a pecuária, rizicultura ou piscicultura como acontece em solo gaúcho”, aponta. Segundo a presidente, o sistema eólico no Brasil opera quase que em sincronia com as hidrelétricas, uma vez que no período de reservatórios baixos, os parques eólicos disponibilizam produção energética como complementaridade. “Ao final de 2013 o Brasil será o 10º país no ranking de capacidade eólica instalada”, antecipa. Na escala da produção mundial, o Brasil situa-se timidamente na 15ª posição (China, Estados Unidos e Alemanha encabeçam a lista). Internamente no Brasil, 1% da demanda energética é atendida pela fonte eólica. Porém, segundo pesquisa apontada pela ABEEólica, em 2021 a capacidade instalada alcançará 12% da produção total de energia no País. Em 2012, 7,5 milhões de residências foram atendidas através destra fonte energética. Élbia aponta que a energia eólica é a segunda fonte mais competitiva no País, perdendo apenas para hidrelétricas de médio porte. No entanto, o atraso em investimentos para linhas de transmissão, que em alguns Estados acarretam na ociosidade de alguns parques, não deverão ser impeditivos, mas é necessário avançar na agilidade de licenças ambientais – que já provocou atrasos de até 18 meses –, e desburocratização para as questões fundiárias e arqueológicas.

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