A ex-prefeita de Fortaleza, a
petista Luizianne Lins, pode ter seu futuro político definido nesta
sexta-feira, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do
Planalto, para discutir a sucessão estadual no Ceará. Isolada pelo partido no
Estado, a ex-prefeita e atual presidente do diretório estadual recebeu o
convite do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para se filiar ao PSB e
ainda mantém conversas com interlocutores do pessebista. "Eu estou
avaliando a conjuntura, vendo o que está acontecendo", contou a petista. A
conversa com o presidente nacional do PSB aconteceu há pouco mais de um mês,
após "cerco" do governador pernambucano e de boatos de que o
governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão, o ex-deputado federal Ciro Gomes,
seriam expulsos do PSB por não se alinharem ao projeto presidencial de Campos.
"Na época teve uma deputada do PT que disse: “Eles seriam muito bem-vindos
no PT. Aí eu fiquei louca. Aí eu topei falar com o Eduardo, que estava
insistindo. Eu fiquei em pânico, foi aí que me acendeu a luz vermelha",
revelou a ex-prefeita. Adversária política da família Ferreira Gomes, Luizianne
disse que "não fica um dia no PT" se Cid e Ciro se filiarem ao seu partido.
De acordo com Luizianne, no encontro com o possível candidato do PSB à
Presidência, ela disse que está há muitos anos no PT e que não via sua vida
política fora do partido. No entanto, ela admitiu que se sentiu valorizada pelo
governador. "Eu ouvi o que ele tinha a dizer, foi muito bacana. Ele soube
do meu isolamento no Ceará e me valorizou como liderança", relatou. Nos
bastidores, aliados de Campos afirmam que a estratégia de convidar a petista
para o PSB é uma forma de apressar a saída dos irmãos Cid e Ciro. Além de
Luizianne, a presidente Dilma também terá uma conversa com o líder do PT na
Câmara, José Guimarães (CE), que pleiteia a candidatura ao Senado e tem o apoio
da maioria do diretório estadual. A ex-prefeita, que hoje dá aulas a estudantes
de Comunicação Social no Ceará e faz mestrado na área de Ciências Políticas
três vezes por semana no Rio de Janeiro, disse que está "comendo o pão que
o diabo amassou" desde que deixou a prefeitura. Mesmo desiludida com os
rumos do PT no Ceará, Luizianne disse que não deu muitas esperanças a Campos,
mas também não fechou as portas para o PSB: "Não sei para onde o PT vai".
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