quarta-feira, 19 de junho de 2013

OS PROBLEMAS ESTÃO APENAS COMEÇANDO, O PRIMEIRO GOLPE É NOS INVESTIMENTOS

Ihhh, meus caros, temos matéria para reflexão às pencas. E vocês sabem que não me furtarei a fazê-la, ainda que os dias andem pouco tolerantes com o pensamento. Quem acha que os problemas estão resolvidos pode tirar o cavalo da chuva. Eles estão apenas começando — na esfera administrativa e na política. O primeiro golpe, por enquanto, é nos investimentos. Suspenso o reajuste dos transportes públicos em São Paulo e no Rio, vamos pensar algumas consequências:
1 - as prefeituras de todo o País que têm sistema municipal de transportes estão com um problema gigantesco. Tenham ou não condições, serão pressionadas a baixar as tarifas;
2 - o governador Geraldo Alckmin está com um novo problema nas mãos. Começará a pressão para que o Estado arque com o custo de uma espécie de bilhete único de toda a região metropolitana de São Paulo, que inclui 39 municípios;
3 - aí chegará a vez da região metropolitana de Campinas etc. A pressão, é evidente, vai se espalhar por todo o Brasil;
4 - dinheiro não cai do céu — como faz crer o Movimento Passe Livre, para alegria e gáudio dos bebês birrentos das passeatas. Investimentos terão de ser cortados, o que é ruim para o conjunto da população;
5 - o resumo da ópera é o seguinte, em números de São Paulo:
a - para 10% dos usuários que já não pagam, a medida é irrelevante;
b - para os 12% que pagam meia, idem — uma economia de mais ou menos… R$ 4,40 por mês;
c - para os 38% que têm vale-transporte, idem.
d - os 40% que pagam tarifa cheia poderão economizar menos de R$ 9,00. Uma lata de cerveja custa de R$ 4,00 a R$ 6,00.
6 - Se a despesa com transportes começa a ficar insuportável para os municípios, crescerá a pressão pela redução de custo junto às concessionárias. O risco de queda de qualidade no serviço é grande.
7 - transporte público se torna uma área de alto risco para o investimento privado, que tende a fugir do setor. Isso vai onerar ainda mais o Estado.
Há também consequências deletérias para o planejamento de políticas públicas. Por Reinaldo Azevedo

Nenhum comentário: