terça-feira, 18 de junho de 2013

PETISTA GILBERTO CARVALHO NÃO EXPLICA INVESTIGAÇÃO PARALELA DO PALÁCIO DO PLANALTO SOBRE A AMANTE DE LULA, ROSEMARY NORONHA

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, o petista Gilberto Carvalho, esquivou-se nesta terça-feira de dar explicações sobre a tentativa de sabotagem da investigação sobre a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha. Ele foi ouvido em uma audiência blindada, armada de forma teatral pela base governista, na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado. Reportagem de VEJA revelou no mês passado como a investigação realizada pela Casa Civil que, após dois meses de trabalho, resultou na abertura de um processo disciplinar por enriquecimento ilícito contra Rose, foi alvo de investidas que partiram do Palácio do Planalto para que a apuração ficasse inconclusa. A Secretaria-Geral montou uma investigação paralela contendo uma série de advertências e ressalvas sobre o trabalho da comissão de sindicância. Nas raras vezes em que foi questionado sobre o tema central da audiência, Carvalho classificou a investigação paralela como um “acompanhamento de correição” realizado pelo governo. Apenas o senador tucano Aloysio Nunes (SP) fez questionamentos diretos sobre o episódio, os demais integrantes gastaram o tempo elogiando Carvalho e o governo Dilma Rousseff. “As respostas foram completas e Vossa Excelência aqui manifesta um procedimento e boas atitudes. As respostas foram precisas e mostram os seus valores”, disse o petista Eduardo Suplicy, que sequer questionou o ministro sobre os desvios cometidos pela amante de Lula, Rosemary Noronha. “Posso assegurar que a ação da Ciset (Secretaria de Controle Interno da Presidência da República) restringiu-se à ações de acompanhamento de correição. Não fizemos nenhum tipo de investigação ou de acompanhamento”, disse o ministro. O petista Gilberto Carvalho, porém, não explicou como o processo de investigação foi conduzido, e afirmou apenas que todos os casos passam pelos mesmos trâmites. “A Ciset tem necessariamente que abrir um processo correicional de acompanhamento de qualquer investigação que seja feita no âmbito da Presidência da República. Cem por cento dos casos passam por isso”, afirmou. “O que a Ciset fez foi contribuir para que não houvesse nenhum tipo de nulidade possível a ser alegada pela defesa do caso da senhora Rosemary.” No depoimento, o petista Gilberto Carvalho afirmou ainda que Rose realizou diversas viagens no cargo e, em uma delas, ficou hospedada na Embaixada de Roma, ao lado de seu marido, regalia exclusiva a importantes autoridades, para “contribuir no papel de apoio ao cerimonial” e com a tarefa de “recepcionar ministros”: “Nunca tive conhecimento de outras atividades de Rose porque não havia prestação de contas sobre esse episódio”.  O ministro ressaltou que teve relação de amizade com Rose Noronha no período em que atuou na sede do PT paulista e que não sabe dizer porque ela o citou como testemunha no processo que responde por seus desvios quando era chefe de gabinete da Presidência.

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