terça-feira, 4 de junho de 2013

POLÍCIA TURCA USA GÁS LACRIMOGÊNIO PRODUZIDO NO BRASIL PARA REPRIMIR MANIFESTANTES CONTRA GOVERNO

Gás lacrimogênio produzido no Brasil tem sido usado pela polícia turca para dispersar manifestantes que ocupam as ruas de cidades da Turquia, em protestos recentes, conforme a ong Anistia Internacional. O professor Christopher Gaffney, da Universidade Federal Fluminense, que foi à Turquia participar de um congresso de arquitetura, estava na Praça Taksim, em Istambul, durante conflito em que os manifestantes foram atingidos por latas do gás brasileiro. “Quando cheguei a Istambul no sábado era um cenário de confusão total. A polícia lançava o gás com uma espingarda. Também ouvi falar sobre helicópteros que estavam sobrevoando a área e jogando as latas do alto. Eu vi pessoas feridas com o impacto e houve caso de uma pessoa que perdeu um olho quando foi atingida na cabeça. As latas têm a marca da bandeira brasileira, o que não deve dar uma impressão muito boa para os turcos”, disse Gaffney. A Anistia Internacional condenou o uso de gás lacrimogênio contra os manifestantes. “Canhões de água e gás lacrimogênio não deveriam ser usados contra manifestantes pacíficos. Estamos particularmente preocupados com o uso de gás lacrimogênio em ambientes confinados, que representa um grande risco para a saúde”, disse John Dalhuisen, diretor da Anistia Internacional para Europa e Ásia Central. A atuação da polícia turca contra manifestantes foi criticada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que pediu às autoridades daquele país que investiguem abusos cometidos pelos agentes. O próprio primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Ergodan, admitiu que houve “erros, excessos na resposta da polícia”. A empresa Condor Tecnologias Não Letais, sediada na Baixada Fluminense, confirmou que fornece gás lacrimogênio para a polícia turca e que é a única fornecedora brasileira desse tipo de armamento para a Turquia. Segundo a assessoria de imprensa da Condor, há uma recomendação das Nações Unidas para que polícias de todo mundo usem equipamentos desse tipo, já que armas não letais reduzem as possibilidades de morte em confrontos.

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