quarta-feira, 26 de junho de 2013

PRESIDENTE DO SUPREMO, MINISTRO JOAQUIM BARBOSA, CRITICA PARTIDOS POLÍTICOS E DEFENDE PARTICIPAÇÃO POPULAR DIRETA

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, criticou nesta terça-feira os partidos brasileiros e defendeu a participação popular direta nas principais decisões do País. Para ele, os partidos estão "desgastados" e "sem credibilidade", enquanto o povo está pronto para ser ouvido nas questões nacionais, como a necessidade de reforma política. “A sociedade brasileira está ansiosa por se ver livre, pelo menos parcialmente, dos grilhões partidários que pesam sobre seus ombros. E isso é muito salutar”, disse o ministro. Joaquim Barbosa falou com jornalistas na tarde desta terça-feira, no plenário do Conselho Nacional de Justiça, após conversar com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto sobre os protestos recentes que tomaram o País. Para o presidente do Supremo, o Brasil vive uma grave crise de representatividade política e, embora não defenda a eliminação de partidos, apóia menor dependência das legendas para discutir os temas nacionais: “Temos que ter é consciência muito clara de que há necessidade de incluir o povo nas discussões sobre reformas. O Brasil está cansado de reformas de cúpula". Joaquim Barbosa disse que não conversou com a presidente sobre a legalidade da convocação de Assembléia Constituinte específica para discutir a reforma política. Ele ressaltou, porém, que essa reforma só seria possível por meio de emendas à Constituição, e não apenas por projetos de lei, e disse que tem dúvidas sobre a eficácia deste método. “Essas emendas já não tramitam no Congresso há anos? Houve, em algum momento, demonstração de vontade política de levar adiante essas reformas?”, questionou. Ao falar sobre o que seria o método ideal para promover as reformas, o ministro disse que as pessoas que pensam no País “não devem se desviar e perder tempo com discussões que só levam à dispersão”. Joaquim Barbosa ainda revelou propostas que defendeu durante a conversa com a presidenta Dilma Rousseff, como o voto direto nos candidatos, sem intermédio de legendas, a realização de recall eleitoral para descartar políticos que não agradaram a seus eleitores durante o mandato e o voto distrital puro, em um ou dois turnos qualificados.

Nenhum comentário: