quinta-feira, 6 de junho de 2013

Promotor diz que Deutsche Bank resiste em vender ações da Eucatex na ilha de Jersey

O promotor Silvio Antonio Marques, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social do Ministério Público do Estado de São Paulo, afirmou que o Deutsche Bank, na Ilha de Jersey, está "resistindo e dificultando a venda das ações da Eucatex, da família Maluf, naquele paraíso fiscal". "Essa resistência do Deutsche Bank pode criar problemas para a instituição financeira no Brasil porque o dinheiro desviado por Paulo Maluf dos cofres públicos municipais de São Paulo passou pelo Deutsche do Brasil", declarou Marques. O promotor disse que tomará medidas judiciais, mas não adiantou detalhes de como pretende agir. Por seu lado, o Deutsche Bank informou, oficialmente. "O Deutsche Bank esclarece que tem cooperado, e continuará cooperando, com as autoridades competentes em todas as etapas da investigação deste caso". A Corte da Ilha de Jersey já liberou 1,467 milhão de libras (cerca de R$ 4,5 milhões) de empresas offshores ligadas à família do deputado Paulo Maluf (PP-SP) para os cofres do município de São Paulo. A liberação ocorreu na sexta feira, para uma conta dos advogados da Prefeitura, em Londres. Cerca de 450 mil libras permaneceram retidos em Jersey como caução. O restante, 1.057.582,33 libras, chegaram na última sexta feira a uma conta da Prefeitura de São Paulo. A quantia faz parte do montante global de US$ 28,3 milhões (cifra atualizada com juros e correções, além de multas) que a Corte de Jersey mandou as empresas Kildare e Durant, controladas pelos Maluf, devolverem até o final de junho aos cofres públicos municipais. O dinheiro das offshores está bloqueado em uma instituição financeira e será todo transferido para São Paulo. O montante total a ser restituído ao Tesouro paulistano será obtido por meio da venda de ações da Eucatex. Em abril, a 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital decidiu tornar indisponível o patrimônio da empresa da família Maluf, a Eucatex S.A. Indústria e Comércio. Aliminar concedida ao Ministério Público Estadual atinge bens até o limite de R$ 519,7 milhões. O bloqueio dos bens da Eucatex foi decidido depois de o promotor Silvio Marques ter encontrado indícios de que a empresa estaria vendendo imóveis e transferindo parte de seus ativos para outra companhia da família para "salvar ou blindar" o patrimônio em razão das ações do Ministério Público Estadual. Quando sofreu o bloqueio, a Eucatex informou, em nota, que o patrimônio da empresa cresceu mesmo após a transferência de parte dele para uma nova companhia. "Hoje ele seria de R$ 1,067 bilhão, conforme balanço publicado no Diário Oficial do Estado em 21 de março.

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