quinta-feira, 6 de junho de 2013

Senado contesta perdão de dívidas dos clientes africanos do Lula

Pode empacar, no Senado, a aprovação do perdão e renegociação de dívidas de cinco países africanos com o Brasil, de aproximadamente R$ 1,5 bilhão (U$S 707 milhões), prometido pela presidente Dilma Rousseff há duas semanas, em visita a Adis Abeba, na Etiópia. O relator das cinco mensagens presidenciais, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), se negou a apresentar seu parecer na terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), alegando que precisa analisar, caso a caso. Líderes da oposição desconfiam que a medida tem por objetivo facilitar obras de empreiteiras brasileiras nestes países financiadas pelo BNDES.  As mensagens presidenciais beneficiam, por enquanto, cinco dos 12 países listados por Dilma: Congo-Kinshasa (US$ 4,7 milhões), Congo-Brazzaville (US$ 352,6 milhões), Zâmbia (US$ 113,4 milhões), Tanzânia (US$ 236,9 milhões) e Costa do Marfim (US$ 1,2 milhão). - O desejo (do governo) que eu relatasse hoje de qualquer maneira é impossível. Vou estudar profundamente o assunto. Alguns países fizeram o dever de casa. Outros já renegociaram suas dívidas e querem renegociar de novo. Não vou botar minha assinatura em algo que não tenha convicção - disse o relator.  Líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que países africanos estão crescendo a taxas de 5%, enquanto o Brasil patina: "Temos que levantar a situação econômica de cada um desses países. Alguns têm dinheiro a dar com o pau. Quem está se apropriando dessas riquezas?" Já o líder José Agripino Maia (DEM-RN) alegou que o governo não faz o mesmo gesto no Brasil: "A dívida de 350 mil inadimplentes do semiárido do Nordeste, que enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos, soma R$ 2,2 bilhões. Mas, ao invés de perdoar, o governo vem renegociando a conta gotas e as dívidas viram bola de neve".

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