quinta-feira, 13 de junho de 2013

SUPREMO DECIDE QUE PROJETO QUE CRIA DIFICULDADES PARA A CRIAÇÃO DE NOVOS PARTIDOS PODE TRAMITAR NO CONGRESSO

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal autorizou nesta quinta-feira a tramitação do projeto de lei que inibe a criação de partidos. Com a decisão, a Corte suspende a liminar concedida em abril pelo ministro Gilmar Mendes, que interrompeu o andamento do projeto assim que o texto chegou ao Senado. O julgamento foi retomado nesta tarde com as considerações do ministro Teori Zavascki, que abriu divergência do voto apresentado na quarta-feira por Gilmar Mendes. Para Zavascki, o Supremo não pode impedir a discussão de projetos no Legislativo e só deve atuar como filtro depois que a norma estiver pronta. O ministro também criticou o uso de mandado de segurança para fazer o controle prévio de leis. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que ingressou com a ação, alegava que tinha o direito de não participar da discussão de lei considerada inconstitucional. Também defenderam a manutenção do trâmite do projeto os ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Joaquim Barbosa. "Um sistema como esse é bizarro. E bizarra a intervenção de uma Corte impedindo o Legislativo de legislar", afirmou Barbosa, que preside o Supremo. Já o voto de Gilmar Mendes, contra a tramitação do projeto, foi apoiado pelos ministros Dias Toffoli e Celso de Mello. Para eles, o Congresso Nacional está desrespeitando a decisão tomada pelo Supremo no ano passado sobre o mesmo tema. "Quando se falava que essa liminar foi um atentado ao Parlamento, na verdade o que se fez é um atentado do Parlamento à decisão do Supremo", destacou Toffoli. O projeto de lei de autoria do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) impede a transferência de fatia maior do tempo de televisão e rádio e de verba extra do Fundo Partidário a legendas recém-criadas que acolherem deputados federais eleitos por outra agremiação. A aprovação do texto prejudicará a fundação da Rede Sustentabilidade, partido idealizado pela ex-senadora Marina Silva. Durante o julgamento, Marina Silva destacou que a Corte está apenas autorizando a tramitação do projeto, mas que ainda não se posicionou definitivamente sobre o mérito da questão. "Vários ministros já manifestaram que há uma inconstitucionalidade no projeto, que não pode ser tolerada", declarou ela, adiantando que haverá novo questionamento no STF assim que a lei for validada, caso o texto seja mantido como está.

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