terça-feira, 23 de julho de 2013

CONTAS EXTERNAS TÊM DÉFICIT DE US$ 43,4 BILHÕES NO PRIMEIRO SEMESTRE

O déficit em transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços do País com o resto do mundo, ficou em US$ 3,953 bilhões, em junho, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta terça-feira. No mesmo mês do ano passado, o resultado negativo alcançou US$ 4,393 bilhões. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, o resultado de junho ficou abaixo do projetado para o mês, que era US$ 5,4 bilhões. Segundo Maciel, o resultado foi influenciado pelo “desempenho positivo da balança comercial”. Em junho, a balança comercial, que integra a conta de transações correntes, ficou positiva em US$ 2,301 bilhões.No primeiro semestre, o saldo negativo das transações correntes ficou em US$ 43,478 bilhões, contra US$ 25,244 bilhões em igual período de 2012. Esse saldo negativo é o maior para o período na série histórica do Banco Central, iniciada em 1947. O resultado no primeiro semestre correspondeu a 3,82% do PIB.No primeiro semestre, a balança comercial registrou déficit de US$ 3,092 bilhões. A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) ficou negativa em US$ 22,158 bilhões, enquanto a de rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) registrou déficit de US$ 19,770 bilhões, nos seis meses do ano.De acordo com Maciel, nos seis meses do ano, o maior crescimento da atividade econômica em relação a 2012 estimula a demanda por bens e serviços externos. Ele citou ainda que a balança comercial (exportações e importações) de combustíveis também contribuem para o resultado negativo das contas externas.O ingresso líquido de transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o País faz para o Exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) ficou em US$ 1,542 bilhão, no primeiro semestre. Os dados do Banco Central também mostram que o investimento estrangeiro direto, que vai para o setor produtivo da economia, chegou a US$ 7,170 bilhões, em junho, e a US$ 30,027 bilhões nos seis meses do ano. Nos seis meses do ano, esses investimentos não foram suficientes para cobrir completamente o saldo negativo em transações correntes. Apesar de o investimento estrangeiro direto ser o mais adequado para financiar o déficit, porque é de longo prazo, o País tem outras formas de financiar o resultado negativo. Uma delas são os investimentos estrangeiros em ações negociadas no Brasil e no Exterior que registraram ingresso líquido de US$ 6,278 bilhões, nos seis meses do ano . Também houve investimentos em títulos de renda fixa negociados no País, com ingresso líquido de US$ 11,038 bilhões.

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