quarta-feira, 3 de julho de 2013

FIM DO VOTO SECRETO PARA QUALQUER VOTAÇÃO NO CONGRESSO É UM ABSURDO E ATUA CONTRA OS INTERESSES DA POPULAÇÃO

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com o voto secreto em votações no Congresso. É uma decisão estúpida! Caso prospere, tornará o Congresso mero instrumento do Executivo, que tem a máquina na mão. É uma aberração! Uma coisa é proibir o expediente em caso de cassação de mandatos; outra, diferente, é expor os parlamentares à sanha vingativa do governo federal. Tinha de ser mesmo proposta de um petista — no caso, o senador Paulo Paim (RS). Não há idéia ruim que ele não proponha ou abrace. Se isso prospera, não se derruba mais veto presidencial, por exemplo. O mandatário de turno ficará com a listinha na mão: “Ah, Vossa Excelência ajudou a derrubar um veto meu, né?, e agora quer dinheiro para fazer aquela ponte lá no seu Estado?… Prefiro dar o dinheiro para quem votou comigo”. O voto secreto, em muitos aspectos, é um instrumento que a minoria — a oposição — tem para resistir à maioria: o governo. É a coisas como essa que chamo “espírito destrambelhado das ruas”. Os tontos que odeiam a política — EM VEZ DE ODIAR OS MAUS POLÍTICOS — não percebem quando estão jogando fora a criancinha junto com a água suja. Espero que essa porcaria acabe sendo, ao fim e ao cabo, derrotada. Fim do voto secreto? SIM! MAS APENAS PARA OS CASOS DE CASSAÇÃO DE MANDATO. A proposta de Paim não ajuda a política, não moraliza o Congresso, não colabora com o País. A proposta de Paim corta uma prerrogativa do Poder Legislativo e serve apenas para enganar os idiotas. Se isso passar, nunca mais um senador votará contra a indicação de um ministro para cortes superiores. A eleição das respectivas presidências de Câmara e Senado também se daria às claras. Não se falaria mais em candidaturas alternativas. É preciso tomar cuidado com esse negócio de “espírito das ruas”. Se ele sempre estivesse certo, a humanidade não teria chegado à democracia representativa, e este não seria o regime que assistiu aos maiores progressos da civilização. Com democracia direta, os feiticeiros é que seriam os cientistas, e os cientistas seriam queimados, acusados de feitiçaria.
Por Reinaldo Azevedo

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