quinta-feira, 25 de julho de 2013

JOVENS APROVAM MANUAL DE BIOÉTICA DA IGREJA CATÓLICA

Distribuído nos kits para 355 mil peregrinos inscritos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um manual de bioética reafirma a posição da Igreja Católica contra o aborto, a adoção de crianças por casais do mesmo sexo e a reprodução assistida. O guia recebeu apoio de quase todos os jovens que participam da jornada. O manual publicado em quatro idiomas condena o aborto sob qualquer circunstância e também o uso da pílula de contracepção que, segundo o documento, pode levar ao aborto indesejado de embriões, o que não é permitido. “Por que o direito da mulher de eliminar um filho prevaleceria sobre o direito de viver desse filho?”, pergunta o manual. Sobre a reprodução assistida, o guia propõe a adoção de crianças por casais com dificuldade de engravidar. “As técnicas são desgastantes psicologicamente devido à intromissão do médico na sua intimidade, com interrogatórios sobre a vida íntima, fundação do ovócito, ou seja a transferência e inseminação da mulher pelo médico em lugar do cônjuge”, justifica a igreja. Em relação à adoção de crianças por casais do mesmo sexo, o guia explica que não se constitui em atitude homofóbica, pois “a procriação necessita de pai e mãe para se desenvolver”. “Embora o fato de alguém não poder ter filhos seja fonte de sofrimento, essa reivindicação dos lobbies homossexuais não é legítima. É preciso homem e mulher para gerar um filho”, afirma. Outros temas tratados no manual são a eutanásia, a doação de órgãos “que só deve ser permitida por um acordo consciente e livre do doador ou da família” e a teoria de gênero. Esta linha de pensamento é questionada por acreditar que a “identidade sexual do ser humano depende do ambiente sociocultural e não do sexo” em contraposição “à natureza”- homem ou mulher. O documento foi elaborado pela fundação francesa Jérôme Lejeune e aprovado pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, nove dos dez peregrinos defendem os preceitos do manual. Os demais, como a estudante Evielle Beatriz, de 15 anos, do Rio Grande do Norte, defende a castidade pregada pela Igreja e a relação sexual apenas para fins de reprodução. “Deus fez o sexo para o casal, homem e mulher, ter seus filhos. Isso é uma grande dádiva. Por isso, acho inaceitável qualquer método, mesmo camisinha”, disse.

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