sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ARQUIVOS DA DITADURA MILITAR JÁ PODEM SER CONSULTADOS NA INTERNET

Cerca de 900 mil páginas de um conjunto de 710 processos envolvendo o período da ditadura militar no País, julgados pelo Superior Tribunal Militar, foram digitalizados e já estão à disposição do público no site Brasil: Nunca Mais Digit@l. A iniciativa apresenta o acervo do Projeto Brasil: Nunca Mais, desenvolvido nos anos 1980 pela Arquidiocese de São Paulo e pelo Conselho Mundial de Igrejas, com o objetivo de evitar que processos judiciais por crimes políticos fossem destruídos com o fim da ditadura militar (1964-1985). O acervo digitalizado permite que se obtenham informações sobre torturas praticadas naquele período e que a divulgação dos processos cumpra um papel educativo na sociedade brasileira. O "Projeto Brasil: Nunca Mais" examinou, na época, cerca de 900 mil páginas de processos judiciais movidos contra presos políticos e publicou relatórios e um livro, com o mesmo nome, retratando as torturas e as violações de direitos humanos durante a ditadura. Os documentos do projeto, que consistiam em arquivos em papel e em microfilme e estavam disponíveis apenas para pesquisadores, podem agora ser consultados por qualquer pessoa no site Brasil: Nunca Mais Digit@l. A consulta aos processos pode ser feita, de forma geral, pelo objeto da busca, ou até mesmo pela divisão por Estado ou organização política. Antes de sair o resultado da busca, aparece uma janela aparece com a mensagem: "Parcela expressiva dos depoimentos de presos políticos e das demais informações inseridas nos processos judiciais foi obtida com uso de tortura e outros meios ilícitos, e não pode ser considerada como absoluta expressão da verdade”. Entre os documentos digitalizados, há fotos, vídeos e matérias publicadas em jornais e revistas. É possível consultar, por exemplo, a certidão de óbito do terrorista e ex-deputado federal Carlos Marighella, morto em 1969 na Alameda Casa Branca, em São Paulo, por agentes da Delegacia de Ordem Política e Social (Dops). Marighella foi militante do Partido Comunista Brasileiro e um dos principais organizadores da luta armada contra o regime militar depois de 1964. Também é possível consultar documentos que se referem à presidente Dilma Rousseff, que militou em organizações de combate ao regime militar. Perseguida durante a ditadura e condenada por subversão, Dilma esteve presa entre os anos de 1970 e 1972, no Presídio Tiradentes, na capital paulista.

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