quinta-feira, 22 de agosto de 2013

BANCO CENTRAL ANUNCIA LEILÕES DIÁRIOS NO MERCADO DE CÂMBIO ATÉ O FIM DO ANO

A partir desta sexta-feira, o Banco Central adota outra estratégia para conter a volatilidade cambial, que deve durar, pelo menos, até 31 de dezembro. A autoridade monetária vai fazer leilões diários no total de aproximadamente 100 bilhões de dólares. Até agora, o Banco Central ofertou 45 bilhões de dólares, o que leva a um saldo próximo de 55 bilhões de dólares até o fim do ano. As ofertas incluem leilões de swap cambial e de linha (venda de dólares com compromisso de recompra). A programação será a seguinte: de segunda a quinta-feira, serão ofertados 500 milhões de dólares por dia. Às sextas-feiras será oferecida ao mercado uma linha de crédito de 1 bilhão de dólares por meio de leilão de linha. Nesta quinta-feira o Banco Central já anunciou o leilão desta sexta-feira, que ocorrerá na parte da manhã. "Se julgar apropriado, o Banco Central do Brasil realizará operações adicionais", informou o Banco Central, em nota. De acordo com o comunicado, o objetivo é prover hedge (proteção) cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado de câmbio. A moeda americana rompeu nesta semana o patamar de 2,45 reais e fechou nesta quinta-feira com valorização acumulada desde maio de 21,51%. A alta do dólar tem causado preocupação em relação à inflação e ao endividamento das empresas brasileiras. A subida da moeda ganhou amplitude depois da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed). Segundo a ata, a maioria dos doze integrantes do comitê americano de política monetária concorda que uma mudança no programa de compra de títulos do Tesouro ainda não é apropriada. O mercado aguardava que o documento trouxesse algum esclarecimento sobre quando o Fed dará início à redução dos estímulos monetários. O próprio presidente do Fed, Ben Bernanke, deu a entender que isso pode ocorrer ainda em 2013. Para o economista-chefe do INVX Global, Eduardo Velho, a medida mostra que o Banco Central não quer utilizar a política monetária, elevando a taxa básica de juros, para conter a valorização do dólar no Brasil. "O Banco Central sinaliza que ele não vai dar um choque monetário. Ele vai usar a política cambial para cobrir essa demanda", disse Velho. Desde de outubro de 2008, o Banco Central não adotava um programa de intervenção cambial tão grande. Na ocasião, auge da crise internacional, o Banco Central fez um programa de injeção de 50 bilhões de dólares no mercado.

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