sábado, 10 de agosto de 2013

MATÉRIA DA REVISTA ÉPOCA COMPROVA QUE FOI DESVIADO DINHEIRO DA PETROBRÁS PARA CAMPANHAS DO PMDB E DO PT

Uma reportagem da revista Época neste final de semana detona o PMDB, o PT, a campanha da soberana bolivariana petista Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer. A reportagem bate de frente na Odebrecht, dona do Pólo de Triunfo, no Rio Grande do Sul. A Odebrecht ajudou a irrigar os bolsos do PT e PMDB. A reportagem deixa mal Michel Temer,  vice de Dilma, a própria soberana bolivariana petista Dilma Rousseff, e o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Henrique Eduardo Alves. Dinheiro rolou da Petrobrás, rolou farto, para os bolsos dos bandidos políticos. A reportagem da revista Época de sábado produzirá o principal escândalo político deste ano, porque o lobista João Augusto Henriques resolveu denunciar a cobrança de propina para fechar contratos e diz que dinheiro foi para deputados e até para a campanha presidencial. O material é dos repórteres Diego Escosteguy com o apoio de  Flávia Tavares, Marcelo Rochas, Murilo Ramos e Leandro Loyola. A campanha eleitoral de Dilma e do PT volta a ser enlameada, mas desta vez as denúncias são contundentes e recheadas de provas e testemunhas. João Augusto estava em silêncio. Permanecia inclinado à frente, apoiava-se na mesa com os antebraços. Batia, sem parar, a colherzinha de café na borda do pires – e mantinha o olhar fixo no interlocutor. Parecia alheio à balbúrdia das outras mesas no Café Severino, nos fundos da Livraria Argumento, do Leblon, no Rio de Janeiro, na noite de sexta-feira, dia 2 de agosto. A xícara dele já estava vazia. O segundo copo de água mineral, também. João Augusto falava havia pouco mais de uma hora. Até então, pouco dissera de relevante sobre o assunto que o obrigara a estar ali: as denúncias de corrupção contra diretores ligados ao PMDB, dentro da Petrobras. Diante dos documentos e das informações obtidos por ÉPOCA sobre sua participação no esquema, João Augusto respondia evasivamente. Por alguma razão incerta, algo mudara nos últimos minutos. O semblante contraído sumira. Esperei que o silêncio dele terminasse. "O que você quer saber?", disse ele. "Sobre os negócios", respondi. Foi então que João Augusto Rezende Henriques disse, sem abaixar a voz ou olhar para os lados: “Do que eu ganhasse (nos contratos intermediados com a Petrobras), eu tinha de dar para o partido (PMDB). Era o combinado, um percentual que depende do negócio”. A colherzinha não tilintava mais. Iniciava-se, ali, um desabafo motivado pelas denúncias que ÉPOCA investigava havia cerca de um mês. O caso envolvia a Petrobras – maior empresa do país, 25ª do mundo, com faturamento anual de R$ 281 bilhões. Começara com apenas uma pista: um contrato assinado em 2009, em Buenos Aires, entre o advogado e ex-deputado Sérgio Tourinho e o argentino Jorge Rottemberg. No documento, previa-se que Tourinho receberia US$ 10 milhões de uma empresa no Uruguai, um conhecido paraíso fiscal, caso a Petrobras vendesse a refinaria de San Lorenzo, avaliada em US$ 110 milhões, ao empresário Cristóbal Lopez, conhecido como czar do jogo na Argentina e amigo da presidente Cristina Kirchner. À primeira vista, o contrato não fazia sentido. Por que um lobista de Buenos Aires se comprometeria a pagar US$ 10 milhões a um advogado brasileiro, de Brasília, caso esse advogado, sem experiência na área de energia, conseguisse fechar a venda de uma refinaria da Petrobras na Argentina? ÉPOCA foi buscar a resposta em entrevistas com partícipantes do negócio, parlamentares e funcionários ligados ao PMDB. O advogado Tourinho era sócio dos lobistas do PMDB, que trabalhavam em parceria com Jorge Zelada, diretor internacional da Petrobras desde 2008 e, segundo João Augusto, apadrinhado do PMDB. A operação San Lorenzo, diz ele, não era um caso isolado. Era mais um dos muitos negócios fechados pelos operadores do PMDB na área internacional da Petrobras. De acordo com João Augusto, todos os contratos na área internacional da Petrobras tinham de passar por ele, João Augusto, que cobrava um pedágio dos empresários interessados. De acordo com ele, de 60% a 70% do dinheiro arrecadado dos empresários era repassado ao PMDB, sobretudo à bancada mineira do partido na Câmara, principal responsável pela indicação de Zelada à Petrobras. De acordo com João Augusto, o dinheiro servia para pagar campanhas ou para encher os bolsos dos deputados. O restante, diz ele, era repartido entre ele próprio e seus operadores na Petrobras – os responsáveis pelo encaminhamento dos contratos. Segundo João Augusto e outros quatro lobistas do PMDB, o dinheiro era distribuído para muita gente em Brasília. A maior parte seguia para os dez deputados do partido em Minas Gerais, entre eles o atual ministro da Agricultura, Antonio Andrade, e o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, João Magalhães. O dinheiro, de acordo com João Augusto, não ficava apenas com essa turma. Segundo o relato dele e dos outros lobistas, o secretário das Finanças do PT, João Vaccari, recebeu o equivalente a US$ 8 milhões durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. João Augusto diz que organizou, com Vaccari, o repasse para a campanha de Dilma. O dinheiro, segundo ele, foi pago pela Odebrecht, em razão de um contrato bilionário fechado na área internacional da Petrobras, que dependia de aprovação do então presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, do PT. À Justiça Eleitoral, a campanha de Dilma declarou ter recebido R$ 2,4 milhões da Odebrecht.

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