domingo, 4 de agosto de 2013

OPOSIÇÃO ESTÁ EM BUSCA DE TEMPO NA TELEVISÃO

Dois partidos da base da presidente Dilma Rousseff, o PP e o PDT, tornaram-se o sonho de consumo de dois dos principais adversários da petista nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE). A um ano do início da campanha presidencial são muitas as incertezas no campo governista sobre o tamanho da coligação que disputará a reeleição. Mas, pelo olhar de hoje, Dilma não repetirá a parceria de dez partidos construída em 2010. As negociações de Aécio Neves e Eduardo Campos têm como objetivo suprir a necessidade de maior tempo de televisão, mas também permitir a montagem de palanques presidenciais em Estados onde seus partidos enfrentam dificuldade. As negociações do PSDB e do PSB com o PP e o PDT são as mais adiantadas, mas outras articulações estão em curso. Embora PSDB e PSB estejam travando conversas tanto com PP quanto com PDT, há uma diferença de prioridade. Neste momento, enquanto o foco dos tucanos está nas conversas com o PP, o dos socialistas está sobre o PDT. Nos últimos dois meses, o PSDB incorporou o PP à base de todos seus oito governos estaduais, o último que faltava, no Pará, foi resolvido há cerca de um mês, e a avaliação entre os tucanos é que hoje ao menos a neutralidade da legenda na disputa nacional está a caminho de ser assegurada. O sonho de Aécio Neves, no entanto, é que ocorra uma formalização da aliança, e para isso oferece apoio em Estados onde o PP tem nomes fortes. Como o Rio Grande do Sul, onde lançará a senadora Ana Amélia Lemos, e no Amazonas, onde a pré-candidata pepista é a deputada Rebecca Garcia. Segundo o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, a legenda está dividida: "Na eleição passada, nós lutamos para que houvesse uma aliança formal com o PT, e ficamos neutros. Eu continuo defendendo a aliança formal, mas está tudo indefinido porque temos alianças importantes também com o PSDB. No Rio Grande do Sul, a Ana Amélia é candidata do PP e quem for contra o PT estará no seu palanque, que pode ser palanque do Aécio, do Eduardo Campos, ou duplo. No Paraná, somos Beto Richa (governador do PSDB). Em Goiás, temos o vice do Marconi Perillo (PSDB), e nesses dois o palanque é do Aécio. No PSB, o empenho no momento é fechar as negociações com o PDT nos Estados. Os trabalhistas receberiam apoio a seus candidatos aos governos do Rio de Janeiro, com o deputado Miro Teixeira ou o prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos; do Mato Grosso, com o senador Pedro Taques; do Rio Grande do Sul, possivelmente com o deputado Vieira da Cunha; e de Alagoas, com Ronaldo Lessa — Estados onde os socialistas têm dificuldades. Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, o partido tem conversado com todos os grupos, mas não há qualquer definição. Ele diz, ainda, que a tendência hoje é de apoio à presidente Dilma, mas não deixa de se referir aos protestos de rua: "Essa é uma fase de muita conversa e pouca decisão, até porque essas manifestações mexeram muito no cenário. A diferença entre as conversas com os dois partidos (PSB e PSDB) é que o PSB é mais do nosso campo, e isso fortalece a possibilidade de aliança. Mas cada Estado tem uma fotografia e há o peso de estarmos no governo através do Ministério do Trabalho", pontua Lupi.

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