sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PRIMEIRO MINISTRO INGLÊS DADIV CAMERON SOFRE DERROTA NO PARLAMENTO AO DEFENDER ATAQUE À SÍRIA

Por enquanto, a resposta militar ao regime sírio se resume a uma guerra de palavras entre o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o líder da oposição trabalhista, Ed Miliband. E o grande derrotado, ao fim de mais de oito horas de discussões fervorosas na Câmara dos Comuns, que se reuniu de urgência na quarta-feira para discutir uma moção que abria a porta para uma intervenção contra o regime de Bashar al-Assad, foi Cameron. O texto foi rejeitado por 13 votos. O placar sugere que, além da oposição trabalhista, parte da bancada do Partido Conservador e do Partido Liberal-Democrata, que integra a coalizão do governo, votaram contra ele. Assim que o resultado foi proclamado, um dos deputados gritou "Renuncie!". Miliband questionou se Cameron recorreria à chamada prerrogativa real (que permite uma ação sem o aval dos parlamentares). O primeiro-ministro disse ter "captado a mensagem" e que não irá ordenar um ataque: "Ficou claro para mim que o Parlamento britânico, refletindo as visões da população, não quer ver uma ação militar britânica. Eu entendo isso e o governo vai agir de acordo com isso". Em tese, Cameron ainda pode propor uma nova votação na semana que vem. No entanto, ele dependerá de um fato político novo para retomar o tema. É a primeira vez em 50 anos que a oposição derrota o governo numa votação sobre o envio de tropas britânicas ao Exterior. Há dez anos, o então premier trabalhista Tony Blair foi acusado de mentir sobre a existência de armas de destruição em massa para aprovar o ataque a Saddam Hussein, no Iraque. O caso foi lembrado por parlamentares do governo e da oposição. Cameron disse estar convencido de que o regime sírio foi responsável pelo ataque químico de 21 de agosto, mas reconheceu que "não há 100% de certeza".

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