segunda-feira, 5 de agosto de 2013

RUI FALCÃO OPERA PARA MANTER O PT DO RIO DE JANEIRO NO APOIO A SÉRGIO CABRAL

Com meros de 12% de aprovação a seu governo e submetido a um constante linchamento nas manifestações de rua, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, não é no momento a melhor companhia para uma fotografia. Empenhado em reverter o desgaste de imagem acumulado ao longo dos últimos meses, o governador peemedebista enfrenta, esta semana, mais uma etapa decisiva para o partido, com influência direta sobre seu mandato e, principalmente, sobre o jogo político de 2014. Cabral, agora em “versão humilde”, não tem muito a oferecer, mas ainda é para o PMDB um quadro estratégico e com quem o PT nacional tem interesse em manter boas relações – particularmente agora, com a volta dos trabalhos legislativos. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, conseguiu, durante o fim de semana, estancar um sangramento perigoso para o partido e a presidente Dilma Rousseff. Em franca campanha para o governo do Estado, o senador petista Lindbergh Farias armou, para esta segunda-feira, durante a reunião agendada para a avaliação da situação política no Estado, uma votação da executiva regional para decidir sobre a saída dos petistas do governo Cabral. Lindbergh tentava se aproveitar da fragilidade do governador, que sustenta publicamente a pré-candidatura do vice, Luiz Fernando Pezão, para a sucessão em 2014. Votação semelhante ocorreu em março, com vitória dos que optaram por permanecer no governo. A votação ocorreu dias depois de Lindbergh iniciar suas “caravanas da cidadania”, percorrendo cidades fluminenses para tornar-se mais conhecido. Rui Falcão não gostou da postura de Lindbergh e achou prematuro tomar a decisão de sair do governo de Sérgop Cabral. Rui Falcão tem dois motivos. O primeiro é cuidar para que qualquer movimento do Rio de Janeiro não respingue em Brasília, em um momento em que o apoio do PMDB é vital para encarar uma pauta de votações importantes, que passa pela análise dos vetos presidenciais, e as votações do orçamento impositivo e da MP dos Médicos. O segundo ponto é a avaliação do presidente petista de que, apesar dos pesares, ainda é importante manter a aliança com Sérgio Cabral para assegurar duplo palanque para a reeleição de Dilma Rousseff no Rio de Janeiro, caso seja inevitável ter Pezão e Lindbergh na disputa. Interlocutores de Falcão afirmam que a mensagem foi dura, o suficiente para imediatamente desmobilizar a votação convocada por Lindbergh. O primeiro a receber o recado foi o presidente regional, Jorge Florêncio, instado a desmarcar a reunião – cortando pela raiz o risco de, no encontro, ser aprovada a debandada.

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