segunda-feira, 16 de setembro de 2013

BOLÍVIA PEDE AOS ESTADOS UNIDOS A EXTRADIÇÃO DE EX-PRESIDENTE ACUSADO DE GENOCÍDIO

O Ministério Público da Bolívia iniciará esta semana os trâmites para solicitar pela segunda vez aos Estados Unidos a extradição do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, acusado pela morte de 60 pessoas em uma revolta social, em 2003. O procurador-geral do Estado, Ramiro Guerrero, anunciou que seu escritório apresentará nesta semana o precatório suplicatório referido à extradição de Sánchez de Lozada ao Tribunal Supremo de Justiça da Bolívia, instância que deverá validar esse documento para seu posterior envio aos Estados Unidos. A Bolívia reivindica a extradição de Sánchez de Lozada (1993-1997 e 2002-2003) para que seja julgado neste país pelo crime de genocídio, por suposta responsabilidade na morte de mais de 60 pessoas durante a repressão a uma onda de protestos sociais em outubro de 2003. Aquele protesto foi uma reação à decisão de Sánchez de Lozada de exportar gás boliviano aos Estados Unidos através de um porto do Chile, país com o qual a Bolívia perdeu em uma guerra do final do século 19 seu acesso ao oceano Pacífico. Por este caso, cinco ex-chefes militares bolivianos foram sentenciados em 2011 a penas de 10 a 15 anos de prisão pelo delito de "genocídio sob a modalidade de massacre sangrento". No entanto, ficou pendente o julgamento de Sánchez de Lozada e outros oito ex-ministros que fugiram do país e obtiveram asilo ou se encontram refugiados nos Estados Unidos, Peru e Espanha. O governo de Evo Morales recebeu há um ano uma nota dos Estados Unidos negando a extradição do ex-presidente, solicitada no final de 2008, assim como as de Carlos Sánchez Berzaín e Jorge Berindoague, que foram seus ministros da Defesa e de Hidrocarbonetos, respectivamente.

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