segunda-feira, 16 de setembro de 2013

DUAS PROVOCADORAS FORAM PRESAS POR SE BEIJAREM EM CULTO DO PASTOR FELICIANO NO LITORAL DE SÃO PAULO

Duas estudantes, de 18 e 20 anos, foram presas na noite de domingo, após se beijarem durante evento evangélico realizado em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. O protesto foi realizado enquanto o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC/SP) iniciava sua pregação a cerca de dois mil fiéis. Para o evento, um forte esquema policial foi montado pelas polícias Civil, Militar e Guarda Civil Municipal (GCM) com intuito de evitar manifestações durante o 5º Glorifica Litoral, que estavam programadas para ocorrer durante o culto com o deputado. "Essas duas precisam sair daqui algemadas", bradou Feliciano, sob aplausos dos evangélicos, que assistiram à cena por meio de dois telões. Do palco, o deputado instruía os policiais a localizarem as jovens em meio à multidão. Ele tinha toda razão em dar voz de prisãos às duas estudantes, que promoveram uma agressão às convicções religiosas de milhares de fiéis em pleno culto religioso, o que é contra o que dispõe a Constituição Federal. Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura, de 20 anos, foram cercadas, detidas e algemadas por guardas municipais e encaminhadas para o 1º Distrito Policial de São Sebastião. O advogado Daniel Galani, que representou as jovens, disse que irá formalizar uma denúncia contra o deputado na Comissão dos Direitos Humanos da OAB. "Foi uma afronta gravíssima aos direitos humanos e ao direito à livre expressão", avaliou. Este Brasil, com certeza, deve ter enlouquecido. Foi, ao contrário do que diz o advogado, um ato premeditado de agressão ao direito de reunião, culto e profissão de fé, conforme garantido pela Constituição Federal, do qual participaram as duas estudantes e mais cerca de dez pessoas que a acompanharam. Ainda segundo o advogado, as estudantes não mantêm relacionamento homoafetivo. "Apenas se beijaram para se manifestarem contra a posição preconceituosa do deputado". Marco Feliciano criticou a atitude das estudantes. Com todo o público a seu favor, disparou críticas contra as jovens e seus respectivos pais: "O que pensam os pais dessas meninas que vêm a um culto para beijar outra mulher? Esses baderneiros terão o troco no ano que vem, pois seremos a maior bancada evangélica da história no Congresso". Feliciano também criticou a imprensa: "Se os jornais publicarem matérias e derem razão para esses baderneiros, vou convocar uma grande manifestação nas portas desses jornais para protestarmos na próxima terça-feira". Ele se disse "perseguido" e "humilhado" pela mídia. O que efetivamente tem acontecido. Marco Feliciano postou às 16h08 três mensagens em seu perfil no Twitter transcrevendo o art. 208 do Código Penal Brasileiro. "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: pena detenção, 1 mês a 1 ano ou multa. Se há emprego de violência, a pena aumenta de 1/3, sem prejuízo da correspondente à violência". Ele tem toda razão.

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