quinta-feira, 17 de outubro de 2013

BLACK BLOC ADOTA O TERRORISMO DIGITAL

O repertório de ataques do Black Bloc entrou no terrorismo digital. Funciona assim: o prefeito Eduardo Paes, que se opõe ao que quer o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), teve seus dados privados publicados em um link na quarta-feira, e o mesmo aconteceu com a presidente Dilma Rousseff, o governador Sérgio Cabral e uma lista de autoridades, bem como parentes e pessoas próximas. O crime cometido na internet puxa um cordão de inconsequentes que reproduzem e repassam os dados. Estão todos, de forma solidária, enquadrados na lei 12.737 de 2012 – a lei Carolina Dieckmann, aprovada depois do famoso caso da divulgação de fotos íntimas da atriz. Em vigor desde 2 de abril deste ano, a lei tornou crime qualquer invasão ou divulgação indevida de dados particulares. Já foram autuados por esse tipo de delito os menores que divulgaram dados dos PMs do Rio de Janeiro. A pena é de até dois anos de prisão. A intenção do grupo é fazer com que todos se sintam previamente intimidados. A partir de agora, quem for contra o movimento e as intenções do Black Bloc e do Anonymous vai ter suas informações escancaradas na internet. Os dados que supostamente seriam da presidente Dilma foram divulgados na página “Black Bloc RJ” do Facebook. Os hackers publicaram um link que dá acesso a número de CPF, identidade, telefones e outras informações, como nomes dos pais, endereço, lista de bens e dados bancários. Os criminosos ainda cometeram outro delito. Há, no post que divulga dados da presidente, a informação “conforme declaração de Imposto de Renda”. Esse tipo de divulgação de dados fiscais é crime previsto na lei complementar 105/2001, com pena de um a quatro anos de prisão, mais multa. A lista divulgada pelo Black Bloc tem ao todo 490 nomes, com deputados, ministros e senadores. O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à presidência, está entre os citados. Marina Silva também. E com eles um número incontável de parentes que nada têm a ver com o poder. Em páginas do Facebook ligadas ao Black Block e ao Anonymous, cresce a corrente que pede a libertação dos 64 presos e dos 20 menores apreendidos durante o protesto do Dia do Professor no Rio de Janeiro. Eles são chamados de “presos políticos” pelos manifestantes que apoiam o Black Bloc. Três dos detidos foram soltos nesta quinta-feira. Eles estavam presos na Cadeia Pública Juíza Patrícia Acioli, em São Gonçalo, no Grande Rio. Renato Tomas de Aquino, Ciro Brito Oiticica e Gerd Augusto Castellões foram soltos no início da tarde. Ao sair, Oiticica afirmou que os manifestantes estão divididos em grupos de seis, em celas separadas dos demais presos. "Não fomos agredidos fisicamente, mas sofremos 'vitimizações'", declarou Oiticica, sem detalhar o que seriam “vitimizações”. Ele disse que foi detido apenas por estar sentado na escadaria da Câmara Municipal, na Cinelândia.

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