domingo, 20 de outubro de 2013

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO PARANÁ DIZ QUE HÁ INDÍCIOS DE CRIMES CONTRA MÉDICOS DA UTI DO HOSPITAL EVANGÉLICO DE CURITIBA

O Conselho Regional de Medicina do Paraná concluiu que há "indícios de infração ética" por três médicos que trabalhavam na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba, sob a suspeita de "abreviar a vida de pacientes" e praticar "atos desnecessários ou proibidos pela lei". As conclusões estão na sindicância instaurada pelo órgão para apurar as denúncias contra a UTI, uma das maiores de Curitiba e que foi alvo de uma operação policial no início do ano. Na época, a chefe do serviço, a médica Virgínia Helena Soares de Souza, e outros quatro profissionais, foram presos preventivamente sob suspeita de anteciparem mortes de pacientes por meio anestésicos e diminuindo a quantidade de oxigênio nos respiradores. Em março, oito pessoas (quatro médicos, três enfermeiros e uma fisioterapeuta) foram denunciadas à Justiça sob a acusação de sete homicídios qualificados e formação de quadrilha. O processo ainda está em andamento, e os réus, que não trabalham mais no hospital, respondem em liberdade. A sindicância do CRM foi concluída em 23 de setembro. A entidade reuniu tudo o que foi apurado pela polícia e pelo Ministério Público. Ouviu novamente os médicos acusados sobre as mortes dos pacientes. A conclusão ainda é preliminar. O relator, conselheiro Miguel Ibraim Hanna Sobrinho, afirma que "não é possível neste momento comprovar" os efeitos das medidas realizadas pelos médicos. Hanna diz entender que "há indícios de infração" ao código de ética médica. Além de Virgínia, são mencionados os médicos anestesistas Anderson de Freitas e Edison Anselmo da Silva Junior, que assinam os prontuários ou são citados pelos familiares dos pacientes. Contra todos, pesam os indícios de infração ética, por praticarem "atos médicos desnecessários ou proibidos" por lei e "abreviarem a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal". Agora, o CRM deve abrir um processo ético-profissional para apurar mais a fundo o que foi relatado na sindicância e definir se pune ou não os profissionais.

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