terça-feira, 1 de outubro de 2013

HADDAD DECIDE AUMENTAR O IPTU. OU: VEM POR AÍ ARRANCA-RABO DE CLASSES ANIMADO POR MARINELA CHAUÍ.....

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai aumentar o IPTU. Elevação de imposto, todo mundo sabe, é uma medida impopular. Tanto pior quando o “artista” de plantão na chefia do Executivo faz a linha “todo governante tem de ir aonde o povo está”. Vamos ver que saída vai encontrar o prefeito. Uma das possibilidades é recorrer à velha tática do arranca-rabo de classes, coisa em que os petistas são mestres. O “arranca-rabo” de classes é uma derivação teratológica da “luta de classes”. Quase sempre funciona assim: promove-se uma gritaria contra os “ricos” e se acaba mesmo é batendo a carteira da classe média — enquanto os realmente ricos sorriem com delicadezas como Bolsa-BNDES, Bolsa-Juros, Bolsa-Desoneração etc. Aí a Marilena Chaui vai a um seminário do PCdoB e baba vermelho, com os olhos estalados e os cabelos em desalinho: “Eu odeio a classe média”. A vassoura voadora a tudo espreita. Marilena, não sei se lembram, é aquela senhora que disse que Paulo Maluf, o neoamigão do PT, não é de direita, mas “engenheiro”. Quem pratica arranca-rabo de classes é capaz de tudo. Volto ao ponto. Haddad vai elevar o IPTU em São Paulo, mas a sua máquina de propaganda vai bem. O sonho de todo aumentador de imposto é ver a sua proeza noticiada do modo como fez ontem o Estadão Online. Quase me comovo, levanto e aplaudo. Demorou alguns segundos para eu perceber que a proeza do mágico seria feita às custas do meu bolso. Por quê? Leiam este trecho (em vermelho), com o título:

Haddad vai aumentar em 24% arrecadação com IPTU em 2014
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai aumentar a arrecadação com o IPTU em 24%. A previsão é de que a arrecadação com o imposto saltará de R$ 5,5 bilhões e chegará a R$ 6,8 bilhões em 2014. Serão mais R$ 1,3 bilhão nos cofres da Prefeitura. O aumento vai ocorrer por meio da revisão da Planta Genérica de Valores (PGV), cuja última atualização foi feita em 2009. No entendimento dos técnicos da gestão Haddad, a PGV está desatualizada e não reflete o impacto da valorização do metro quadrado da cidade nos últimos anos motivada pelo aquecimento do mercado imobiliário. Há 4 anos, a média do m² no Município era de R$ 3,9 mil e hoje está estimada R$ 8 mil. Haddad ainda não definiu as travas que limitarão os reajustes do IPTU para que não se configurem abusivos. Além disso, o prefeito estuda baixar a alíquota do imposto. A arrecadação com o imposto terá alta real, descontada a inflação, de aproximadamente 19%. A cidade tem cerca de 3 milhões de contribuintes. (…)
Voltei
Tenho um lado crédulo, de boa vontade, entendem? Se o prefeito diz que vai “aumentar a arrecadação”, acho isso bom. Mas percebi no curso da leitura quem pagaria a conta de tal proeza. O truque vem completo: ele vai rever o PGV (Plano Genérico de Valores), mas, homem bom que é, pretende baixar a alíquota. Se realmente fizer as duas coisas, já tenho um bom título para o jornalismo em tempos de surrealismo: “Haddad baixa a alíquota do IPTU, e Prefeitura arrecada mais”. O que lhes parece? É capaz de o sujeito que paga nem sentir, não é mesmo? Por Reinaldo Azevedo

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