segunda-feira, 7 de outubro de 2013

IMPÉRIO DE EIKE BATISTA DEVE ENCOLHER AINDA MAIS COM DEMISSÕES NA OSX

O encolhimento do império de Eike Batista ficou evidente na saída da sede do grupo EBX do suntuoso e moderno edifício Serrador, de 23 andares, no centro do Rio de Janeiro (RJ), para voltar a ocupar os poucos andares de dois prédios na Praia do Flamengo, Zona Sul carioca, onde nasceu a holding. Com as recentes demissões, o grupo já não precisava mais de tanto espaço em seus escritórios: no início de 2012, a holding EBX tinha 400 funcionários que hoje se reduziram a cerca de 65. E a diminuição prosseguirá: o estaleiro OSX planeja demitir parte dos 800 empregados e só tem adiado os cortes por falta de caixa para pagar as indenizações trabalhistas. O encolhimento se revela também no valor de mercado das empresas do grupo na BM&FBovespa. Em novembro de 2010, no auge do império X, quando os executivos do grupo se mudaram para o Edifício Serrador, as companhias valiam 98 bilhões de reais e hoje não passam de 2 bilhões de reais. O inferno astral do grupo começou em 26 de junho do ano passado, quando, após o fechamento do mercado daquela terça-feira, um comunicado enviado pela OGX à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que a vazão do poço de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, em produção desde o início daquele ano, seria menor do que fora prometido. Se 2012 foi infernal para Eike Batista, na virada para este ano ainda havia esperança. Oficialmente, a EBX afirmava, às vésperas do Natal, que todas as suas companhias abertas tinham “funding (financiamento) substancialmente equacionado para os próximos anos”. Segundo fontes ouvidas à época, o grupo calculava ter recursos para os projetos de 2013 e 2014. A esperança, porém, virou pesadelo. A OGX iniciou o ano demitindo cerca de 30 funcionários e os dados de produção de petróleo seguiram decepcionando. Em março, o clima de reestruturação se instalou, com o anúncio do acordo com o banco de investimentos BTG Pactual. André Esteves, presidente do banco, logo deu os primeiros sinais do desmonte, sugerindo a diminuição nas participações de Eike Batista no conglomerado. “O desmonte começaria ainda em março, pela MPX, empresa de energia do grupo, considerada a empresa mais saudável entre as "X". A alemã E.ON, então sócia minoritária da empresa de energia, decidiu comprar 24,5% da MPX, por 1,415 bilhão de reais. Após uma operação de aumento de capital, os alemães ficaram com 37,9% e Eike Batista, com 23,9%. Em setembro, o nome da empresa foi mudado para Eneva. Eike Batista ainda compartilha o controle, mas já está em tratativas para vender sua parte a um novo sócio. Enquanto as agruras da OGX prosseguiam, a reestruturação começou a atingir ativos mais supérfluos da EBX, muito associados às excentricidades de Eike. Ainda em maio, um jatinho Legacy 600, da Embraer, ano 2008, foi colocado à venda. Em agosto, o barco Pink Fleet deixou a Marina da Glória para começar a ser desmanchado e ter as peças vendidas. Paralelamente, a relação do BTG Pactual com Eike Batista começou a azedar. Com isso, outras consultorias foram contratadas para ajudar na reestruturação, como a Angra Partners e a Alvarez & Marsal. Um dos motivos da discórdia entre Eike Batista e Esteves seria a venda da LLX, dona do Superporto do Açu, em construção no Rio de Janeiro. Em agosto, foi firmado compromisso de venda do controle, por 1,3 bilhão de reais, para a americana EIG. A negociação teria sido feita diretamente por Eike Batista, sem passar pelo BTG. Em setembro, a MMX anunciou entendimento com a trading holandesa Trafigura e o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, para a venda do Superporto Sudeste, também em construção, no Rio de Janeiro, e principal ativo da mineradora. A OGX já anunciou o calote de pagamento de juros de dívida e está muito próxima de um pedido de recuperação judicial. No rol das empresas de menor porte, no mês passado a companhia suíça Acron declarou seu interesse em comprar, por 225 milhões de reais, o tradicional Hotel Glória (primeiro cinco estrelas do País). Por fim, o BNDES busca sócios para assumir a participação do EBX na SIX Semicondutores, fábrica de chips em construção em Minas Gerais.

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