quinta-feira, 10 de outubro de 2013

JOSÉ SERRA CHAMA MERCOSUL DE "BOBAGEM" E FALA EM "FRU-FRU" DO PAÍS COM A BOLÍVIA

Em palestra para empresários em Porto Alegre nesta quarta-feira, o ex-governador José Serra (PSDB-SP) chamou o Mercosul de "bobagem", defendeu que o País reveja sua participação no bloco e disse que o governo federal faz "fru-fru" com a Bolívia. Serra afirmou que as relações comerciais com o resto do mundo ficam prejudicadas porque o País precisa sempre negociar em bloco. Criticou a influência da Venezuela no bloco que, para ele "nem tem comércio exterior", e disse que a situação piorou nos últimos anos: "Eu me opus ao Mercosul quando estávamos no governo Collor (1990-92), quando se anunciou. Escrevi um artigo de umas dez páginas falando contra, era uma bobagem. Porque significou renunciar à soberania". Citou como exemplo uma negociação fracassada com a Índia na época em que foi ministro da Saúde: "Não tinha como. Tinha que levar o Paraguai, Uruguai e Argentina para eles satisfazerem a vida deles". A palestra na capital gaúcha ocorreu na Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul. O tucano disse que o Brasil deixa de aproveitar oportunidades e fecha apenas acordos comerciais de pequena relevância. Ao falar de uma negociação com a Palestina, afirmou: "Nem sei se tem economia". Em outro trecho do evento, ao citar a questão da segurança pública, fez críticas à relação com os bolivianos: "A Bolívia se transformou em um exportador de coca e nós ficamos fazendo fru-fru com a Bolívia. Na campanha de 2010, eu disse isso e caiu o mundo". Antes da palestra, em entrevista, o ex-governador disse que a revista "The Economist" errou nas duas ocasiões em que fez capas sobre o Brasil: em 2009, ao ilustrar o País como um Cristo Redentor decolando, e no mês passado, quando publicou uma montagem do Cristo como um foguete desgovernado. "A verdade é que a nave da economia brasileira não está subindo nem descendo. Mas tem um viés para baixo, não está indo bem. O Brasil não está crescendo e, portanto, não tem sustentação para continuar criando bons empregos e consumo", diz. Serra também disse ver um risco de "inflação reprimida" no País.

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