segunda-feira, 28 de outubro de 2013

MODELO HADDAD - MAIORIA DOS PAULISTANOS REJEITA IPTU MAIOR PARA CUSTEAR TARIFA DE ÔNIBUS

É… Nove em cada dez paulistanos são contrários ao aumento do IPTU, e mais de 6 (6,4) em cada 10 continuam contra mesmo quando se liga esse aumento ao congelamento da tarifa de ônibus, como anuncia o prefeito Fernando Haddad (PT). O marketing da Prefeitura atua em todas as frentes, mas, até agora, não conseguiu emplacar seu arranca-rabo de classes. É bem verdade que a maioria acha que bairros mais ricos devam ter um aumento do importo maior do que bairros mais pobres… Bem, descarte-se que a maioria pudesse achar o contrário, convenham…A feitiçaria anda avançada na Prefeitura é para tentar a gratuidade total dos ônibus. Para que se opere tal prodígio, é claro que será preciso arrancar muito mais dinheiro dos “ricos” — leia-se: a pobre classe média, aquela odiada por Marilena Chaui… Leiam o que informa a reportagem da Folha. Volto em seguida.

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Nove em cada dez moradores da cidade de São Paulo são contrários ao aumento do IPTU aprovado na quinta-feira na Câmara Municipal a partir de proposta do prefeito Fernando Haddad (PT). É o que mostra pesquisa Datafolha feita na sexta-feira com 690 pessoas A pergunta aplicada no questionário foi: “Você é a favor ou contra o aumento do IPTU entre 18% e 24% na cidade de São Paulo?”. (…) Metade dos entrevistados (52%) declararam pagar IPTU, contra 40% que disseram viver em imóveis isentos da cobrança. Não souberam responder se pagam ou não 8%. Apenas 5% dos entrevistados mostraram-se favoráveis ao aumento, considerado maior do que o necessário por 83% dos entrevistados. Os 5% que aprovaram o aumento do imposto, entretanto, cresceram até a marca dos 32% quando a pergunta foi se o entrevistado seria favorável ao aumento do IPTU como forma de congelar em R$ 3 a tarifa de ônibus em 2014. A maioria (64%), no entanto, se manteve contrária ao aumento mesmo diante de tal argumento. (…) Nada menos do que 44% dos jovens entrevistados defenderam esse uso (12 pontos percentuais acima da média da pergunta). Entre os paulistanos com 60 anos ou mais, o índice despencou para a marca dos 25%. (…)
Retomo
“Mas que mal há em ter ônibus gratuito?”, perguntaria alguém. Mal? Teria de ser tudo financiado pelo Tesouro municipal. Como a administração tem múltiplas demandas, a chance de que começasse a faltar dinheiro, com o sucateamento do serviço, seria imensa. Não só isso: imediatamente a pressão se deslocaria para a gratuidade do metrô. E, aí sim, o bicho iria pegar. A construção da infraestrutura metroviária é infinitamente mais cara. Imaginar que o poder público possa arcar sozinho com os investimentos e o custeio do metrô, com gratuidade total do serviço, é nada menos do que uma insanidade. Defender essa ideia é caminhar na contramão do esforço para que se tenha um transporte público mais eficiente. Vejo a pesquisa acima… Os jovens, entre 16 e 24 anos, são os mais favoráveis a uma elevação do IPTU para custear transportes. Tem a ver com o espírito das ruas. Boa parte da meninada não se preocupa muito em como pagar a conta. Se a turma estudar um pouquinho, descobrirá que um aumento escorchante do IPTU implica uma elevação dos aluguéis, por exemplo, o que tornará as áreas com melhor infraestrutura proibitiva para os menos afortunados, que continuarão a ser empurrados para as periferias. Quando se é muito jovem, nem sempre se pensa no mal que pode provocar a fúria bondosa… Por Reinaldo Azevedo

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