quinta-feira, 24 de outubro de 2013

NOVA CLASSE MÉDIA DEMORA MAIS TEMPO PARA IR DE CASA AO TRABALHO

A população considerada da nova classe média é a que demora mais para chegar ao trabalho diariamente, segundo estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira. Entre as pessoas com renda per capita de meio a um salário mínimo nas regiões metropolitanas, 17% passam entre 1 e 2 horas no deslocamento casa/trabalho. Essa proporção é 6 pontos percentuais superior a registrada nas famílias mais ricas, com renda acima de cinco salários mínimos. Entre as faixas salariais, esse grupo é o que tem maior percentual de pessoas que levam entre 1 e 2 para ir ao trabalho. No ano passado, o tempo médio gasto para chegar ao trabalho pelos habitantes das regiões metropolitanas em todo o País, considerando todas as classe sociais, atingiu 40,8 minutos, e a média, no Brasil, é 30,2 minutos. Por outro lado, as famílias mais pobres, com renda de até um quarto do salário mínimo, passam menos tempo presas em congestionamentos nas grandes cidades, com dados muito parecidos aos da classe mais alta. Segundo a pesquisa, o tempo gasto em engarrafamentos é menor de 30 minutos em média na classe mais pobre, para 58% das pessoas desse grupo. O Ipea avalia que isso reflete a falta de condições de mobilidade desse extrato da população, que se vê obrigado a trabalhar em locais próximos de casa por não poder pagar os custos do transporte público. A taxa de motorização da população brasileira está crescendo, aponta o Ipea. Entre 2008 e 2012, a proporção de domicílios com algum tipo de veículo privado passou de 46% para 54%. “O padrão de mobilidade urbana no Brasil vem se alterando nos últimos anos com o aumento acelerado da taxa de motorização da população, o que significa mais acidentes de trânsito, maior poluição veicular e perda de tempo em função dos congestionamentos nos centros urbanos”, afirma. O estudo conclui ser “inevitável” a tendência de aumento na taxa de motorização da população, o que é causado pelo aumento da renda. Esse crescimento no total de veículos privados no país gera impactos sobre as condições de mobilidade, avalia o Ipea, e exigirá investimentos “vultosos” por parte dos governos em melhoria da infraestrutura de mobilidade nas próximas décadas, segundo o estudo.

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