domingo, 20 de outubro de 2013

PROCURADOR VÊ DESCASO COM ÍNDIOS CINTA LARGA

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) foi vítima de constrangimento na sexta-feira ao participar, no Senado, de audiência para discutir as condições de vida dos índios cinta larga. Ao lado do ministro, o procurador da República em Rondônia, Reginaldo Trindade, acusou o governo de não ter "vergonha na cara" e ser "opressor e omisso" ao deixar indígenas morrerem no Estado. "O governo se faz surdo aos clamores. Os cinta larga não existem, resistem. É preciso dizê-lo sem rodeios, ministro. Se o governo do Brasil não tomar vergonha na cara, não tardará e o barril de pólvora explodirá de novo e muitos morrerão. Quantos índios terão que tombar para o Brasil reconhecer a questão cinta larga e mover suas ações à altura? Não se oprime um povo só com guerras e matanças", atacou. Carvalho ouviu calado as palavras do procurador. Ao chegar sua vez de falar, o ministro disse discordar dos adjetivos usados por Trindade em relação ao governo. "Eu gostaria apenas de separar a adjetivação que o senhor faz. Algumas palavras que o senhor usa, opressor e tal, eu tenho discordância. Eu o desculpo pelo envolvimento emocional com a questão. Nesse governo não há nenhuma vontade opressora", rebateu. O ministro disse que o governo não vai fazer a "escolha de Sofia" proposta pelo procurador de priorizar os cinta larga em detrimento de outras etnias indígenas do País. "Ser governo é ter a capacidade e a disposição de ouvir. Infelizmente, a escolha de Sofia que o senhor propõe, não podemos aceitar. Não podemos escolher apenas um povo. A situação dos guarani-kaiowá é pior ainda que do povo cinta larga. Também posso dizer isso dos Terena, que estão morrendo. Temos que enfrentar a questão indígena na sua totalidade."  Carvalho pediu desculpas, durante o debate, pelas mortes ocorridas no local onde vivem os cinta larga --depois de assistir vídeo levado pelo procurador que mostra sucessivas mortes de índios em confrontos com garimpeiros.  

Nenhum comentário: