segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SEM DAR QUALQUER AVISO AO LÍDER DO GOVERNO, RENAN CALHEIROS PRETENDE VOTAR AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comunicou na semana passada a um grupo restrito de aliados que iria tentar levar adiante a votação do projeto de lei que garante a autonomia de diretores e do presidente do Banco Central. Ele, no entanto, não avisou ao líder do governo Dilma no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), que iria propor a votação da matéria ainda este ano. Na manhã de sexta-feira, diante de um plenário vazio, Renan Calheiros anunciou que pretendia votar em plenário ainda este ano o substitutivo do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), favorável ao projeto apresentado em 2007 pelo ex-líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, atual prefeito de Manaus. "Não conversei com ele e nem com o governo sobre o tema de aprovar uma lei que dá autonomia ao Banco Central", afirmou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga, que foi pego de surpresa com o anúncio. Para ele, na prática, o Banco Central já é autônomo desde a gestão de Henrique Meirelles. Eduardo Braga disse que pretende conversar com pessoas do governo Dilma para fechar uma posição em torno do assunto. Mas ressalvando que se tratava de uma "opinião pessoal", o peemedebista disse que a matéria não poderia ser colocada sem que tivesse uma reunião de líderes partidários e uma "avaliação do quadro". Em conversas separadas com pelo menos dois líderes da base, Renan disse que iria defender a votação da matéria para este ano. Questionado sobre a motivação que levou Renan a ressuscitar a proposta, um de seus aliados respondeu reservadamente: "Renan tem tamanho e massa política para levar isso adiante". O texto está na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa desde 2009 e recebeu o primeiro parecer favorável, do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), em dezembro de 2010 sem ter sido votado. A última versão de Dornelles é de abril deste ano. O Banco Central é a autoridade monetária do País, até hoje sob controle do Poder Executivo. Com independência, na verdade passaria a ficar refém da classe política. Imaginem a cafajestada tomando conta da autoridade monetária. Que farra!!!

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