quarta-feira, 2 de outubro de 2013

SEM MARINA SILVA, O QUE FARIAM SEUS POTENCIAIS ELEITORES? OU: A DECISÃO NEGATIVA E A MÍSTICA

Até acho, e já escrevi aqui, que, caso Marina Silva não consiga legalizar a tempo seu partido e não participe do pleito, isso pode ser bom para a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição, mas imaginar que o Planalto possa estar por trás de uma conspiração para inviabilizar a Rede é um negócio um tanto alucinado. Quem pode garantir com certeza qual seria o efeito de uma não-participação da ex-senadora? De resto, ela só fica fora do pleito se quiser. Como parcela significativa do eleitorado de Marina é de esquerda — ainda que uma esquerda meio, assim, clorofilada e bicicletada —, é claro que há a possibilidade de haver uma migração expressiva para Dilma. Mas não se descarte o crescimento significativo de votos brancos e nulos em sinal de protesto. Afinal, Marina foi a personalidade que mais obteve ganhos com os movimentos de ódio à política que tomaram as ruas. Mas há também, para Dilma, o risco de se espalhar a versão de que forças nada ocultas tiraram a ex-petista da disputa. Nesse caso, o eventual voto de protesto poderia migrar para a oposição. Marina, em todo caso, só não disputa se não quiser. Legendas já lhe foram oferecidas, mas ela se nega a trabalhar com a hipótese, e seus conselheiros mais próximos acham que ela tem de recusar essa possibilidade, porque gesto típico da um político tradicional, coisa que ela não seria. Caso o TSE recuse mesmo o registro à Rede e ela não concorra à Presidência agora, isso será ruim para os políticos que se ligaram à causa. Para Marina propriamente, a recusa só aumentaria a mística rumo a 2018. Por Reinaldo Azevedo

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