quinta-feira, 24 de outubro de 2013

VEREADOR PETISTA DIZ QUE DOCUMENTOS ENVOLVEM GOVERNO DE JOSÉ FORTUNATI EM IRREGULARIDADES NA PROCEMPA

O vereador petista Mauro Pinheiro, presidente da CPI da Procempa, na Câmara Municipal de Porto Alegre, disse nesta quinta-feira que documentos tornados públicos aproximam o governo de José Fortunati (PDT) dos fatos investigados pela comissão. Os vereadores ouviram depoimento de Lafaiete Everardi dos Santos, funcionário da Procempa, na qual foi gerente de operações durante 18 anos. O fato de Lafaiete também ter sido presidente da Associação de Funcionários da Procempa (AFP) por três vezes, de 2004 a 2010, reforçou a necessidade de ouvi-lo, já que um dos focos das irregularidades sob investigação são as relações da direção da estatal com a entidade dos funcionários. Após a sessão, o vereador Mauro Pinheiro (PT), presidente da CPI, afirmou que está muito clara uma das maneiras como se dava o desvio de recursos públicos na Procempa: “A AFP pagava contas da prefeitura e era ressarcida pela Procempa”. Como o próprio depoente confirmou, havia um contrato da Procempa com a AFP por meio do qual esta entidade patrocinava eventos, festas e aquisições diversas, e era reembolsada pela estatal. Assim, bens ou serviços eram pagos com dinheiro público sem necessidade de processo licitatório, denunciou Pinheiro. Alguns casos dos quais Pinheiro pediu explicações provocaram sinais de desconforto entre vereadores da base governista. Um deles foi o pagamento pela AFP de R$ 5.292,00 para a confecção de 63 roupões que seriam ofertados como brinde na promoção chamada “Viagem Surpresa”. O solicitante era José Mauro dos Santos Peixoto, chefe de gabinete do prefeito José Fortunati. Sua convocação para depor já havia sido aprovada pela CPI. Mensagem eletrônica encaminhada à AFP, em 2012, quando já era presidida por Ayrton Gomes Fernandes (então diretor administrativo da Procempa), solicita a confecção de “Camisetas Natal Bem Legal”. A mensagem é enviada por funcionário da Secretaria Especial dos Direitos dos Animais (Seda), a pedido de assessora “do Gabinete da Primeira Dama”. Às sucessivas indagações, Lafaiete limitou-se a responder que o contrato previa estes pagamentos, acrescentando que a AFP confiava na legalidade das solicitações, pois estariam embasadas em parecer da assessoria jurídica da Procempa. A relação da Procempa com a empresa Pillatel, que instalou redes de fibra ótica para a estatal foi tratada pela vereadora Fernanda Melchionna (Psol). De acordo com Luiz Carlos Pachaly, analista de telecomunicações da Procempa, que depôs em setembro, constatou-se o desvio de R$ 2,7 milhões entre outubro de 2012 e fevereiro de 2013 a partir da descoberta de notas fiscais frias. Indagado pela vereadora se algum parente seu trabalhou na Pillatel, Lafaiete admitiu que um cunhado trabalhou na empresa.

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