quinta-feira, 28 de novembro de 2013

APÓS PRESSÃO POPULAR, SENADO DO PARAGUAI CASSA IMUNIDADE DE PARLAMENTAR

Manifestações populares levaram o Senado do Paraguai a reavaliar nesta quinta-feira o processo de cassação da imunidade de um senador, que havia sido negada pelos parlamentares no dia 14 de novembro, quando 23 membros da Casa votaram contra a perda do benefício do colega. A decisão dos senadores provocou uma onda de insatisfação entre os paraguaios, que organizaram protestos nas últimas semanas na capital do país, Assunção. Estima-se que o maior protesto desde então, do dia 15 de novembro, tenha reunido aproximadamente 20 mil pessoas em frente ao Congresso Nacional. Nesta quinta-feira, os parlamentares voltaram atrás e o senador Victor Bogado, do Partido Colorado, perdeu a imunidade. Ele poderá responder na Justiça por má conduta administrativa, fraude e cobrança ilegal de impostos. O estopim para o caso foi a denúncia de que a babá de suas filhas estaria recebendo mais dois salários - como empregada da Câmara dos Deputados e comissionada da Hidrelétrica Itaipu. Os protestos contrários à manutenção da imunidade de Bogado tiveram a adesão de diversos estabelecimentos comerciais, especialmente restaurantes. Isso porque no mesmo dia em que o senador conseguiu manter o benefício, o político foi a uma churrascaria. Um dos parlamentares que votou pela absolvição foi a uma pizzaria e acabou expulso do local a gritos, empurrões e insultos, entre eles, “ratazana sem vergonha”. Nos dias seguintes, vários restaurantes penduraram nas portas o seguinte aviso: "Aqui não servimos ratos". Nos últimos dias, restaurantes, bares, comércios, lojas, shoppings, estádios de futebol e prestadores de serviços de todo tipo passaram a anunciar que barrariam a entrada dos 23 senadores “cúmplices da impunidade”, que votaram a favor da manutenção da imunidade. Hospitais declararam que atenderiam os referidos políticos somente em caso de urgência.

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