sábado, 9 de novembro de 2013

GUIDO MANTEGA RECONHECE QUE GOVERNO DILMA VIVE “INFERNO ASTRAL” NA ÁREA FISCAL

O ministro Guido Mantega (Fazenda) reconheceu que o governo petista de Dilma Rousseff está vivendo um “inferno astral” na área fiscal e que, neste ano, o superavit primário “não será o dos nossos sonhos”. A avaliação reservada do ministro difere da difundida publicamente pelo governo por admitir que “este ano está sendo difícil” na área. O ministro discorda, porém, de avaliações alarmistas sobre o quadro fiscal brasileiro e comentou que, mesmo sendo este um momento ruim, o superavit primário será o “suficiente para manter a estabilidade das contas públicas e da economia”. O setor público registrou deficit primário recorde em setembro. Nos nove primeiros meses de 2013, seu superavit foi de apenas R$ 44,9 bilhões (1,28% do PIB), bem abaixo da meta de R$ 111 bilhões (2,3% do PIB). Apesar de afirmar que o governo ainda persegue a meta de 2,3% de superavit primário, o próprio ministro, reservadamente, sinaliza que não deve ser possível cumpri-la integralmente. Mantega diz que o Brasil não vai perder o seu grau de investimento – nota concedida pelas agências de classificação a economias consideradas com baixo risco de calote. Para o ministro, a avaliação das agências sobre a política fiscal vai melhorar no próximo ano, que, garante, será “bem melhor”. A certeza do ministro está depositada, segundo ele, em ações que serão tomadas nos próximos meses. A interlocutores, revelou que o governo vai reverter, ao longo do próximo ano, as desonerações de impostos de bens duráveis – veículos e linha branca. Isso será possível, segundo ele, porque o “apetite do consumo está voltando, de forma moderada”. O ministro repetiu ainda que o governo vai reduzir os créditos para os bancos públicos, como BNDES e Caixa Econômica Federal, e vai rastrear e cortar despesas em todas as áreas. Para ele, essas iniciativas, associadas a uma recuperação da economia e à melhora dos lucros das empresas, vão aumentar a receita e melhorar as contas públicas.

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