quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ITÁLIA AFIRMA QUE NÃO FORNECEU SEGUNDA VIA DO PASSAPORTE PARA O BANDIDO MENSALEIRO PETISTA HENRIQUE PIZZOLATO; ENTÃO ELE SÓ PODE TER USADO PASSAPORTE FALSIFICADO, OU ENTREGOU ESSE PASSAPORTE FALSIFICADO PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O governo italiano enviou documento à Polícia Federal negando que tenha fornecido uma segunda via do passaporte ao ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, o bandido mensaleiro petista Henrique Pizzolato, possibilitando que ele fugisse para a Itália para escapar de ser preso. Pizzolato, que tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana), foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato no processo do mensalão e, por isso, seus passaportes foram retidos pela Justiça. Embora digam acreditar que Pizzolato esteja na Itália, até ontem os policiais federais não tinham confirmação oficial da presença do condenado no mensalão em território italiano. A Polícia Federal trabalha inclusive com a hipótese da fuga do ex-diretor de Marketing ter ocorrido com o uso de documento falso. Um rastreamento feito com a ajuda de adidos lotados nas embaixadas brasileiras revelou que não há registros de Pizzolato embarcando para a Itália, principalmente usando aeroportos no Brasil, na Argentina e no Paraguai. Oficialmente, de acordo com a Polícia Federal, a última vez que ele ingressou em território argentino foi em 2009. Para complicar ainda mais as investigações da Polícia Federal, a Itália não tem controle migratório rigoroso. Ou seja, Pizzolato pode ter realmente entrado no país, mas não há como dizer quando ou como isso ocorreu. A hipótese de que Pizzolato tenha usado documentos falsos é aventada também por uma alta fonte da Embaixada da Itália em Assunção, para quem “o mais provável é que Pizzolato tenha conseguido um passaporte falso, através das máfias que operam no Paraguai”. As autoridades consulares da Itália no Paraguai souberam da fuga de Pizzolato sábado passado por meio da imprensa e dizem ter imediatamente checado seus expedientes para descartar que o ex-funcionário do Banco do Brasil tenha passado pelo consulado de Assunção. "Não o conhecemos, somente pelos jornais. Para dar um passaporte pedimos autorização à autoridade que concedeu a cidadania italiana. É um processo complicado e muito rigoroso. Se ele fez tudo o que estão dizendo que fez, era pouco provável que viesse a um consulado oficial. Aqui, somos parte da República italiana e seguimos as regras de nosso país. Primeiro queremos saber a história de cada pessoa e consultamos onde iniciou os trâmites de cidadania italiana", explicou a fonte. Assim como no Paraguai, fontes do consulado italiano em Buenos Aires também afirmam que Pizzolato não realizou qualquer tipo de trâmite na sede diplomática argentina. Para Pizzolato tirar uma segunda via de seu passaporte italiano fora do consulado ao qual a documentação dele está vinculada, a unidade onde ele fez a solicitação precisa aguardar uma resposta do setor (polícia ou consulado italiano) competente pelo território onde efetivamente reside. O tempo médio de espera para a resposta é de 15 dias úteis. É como se fosse uma espécie de autorização para que o documento seja emitido fora da circunscrição na qual a pessoa reside. A fuga de Pizzolato começou com uma viagem de carro de cerca de 20 horas do Rio de Janeiro até a fronteira com o Paraguai. Pizzolato deixou sua cobertura na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, ainda de madrugada, por volta de 4h30m, acompanhado de um amigo e sem bagagem para não despertar a atenção de vizinhos. Do Paraguai, a bordo de outro carro, foi para a Argentina e, da capital Buenos Aires, partido de avião para a Europa com uma segunda via do passaporte italiano (a Polícia Federal não descarta que fosse um documento falso, já que havia entregue o documento, além do passaporte brasileiro, à Justiça brasileira).

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