quinta-feira, 14 de novembro de 2013

KASSAB ANUNCIA NA 4ª FEIRA APOIO DO PSD À CANDIDATURA DILMA; HADDAD VAI TER DE SE VIRAR DE OUTRO JEITO..

Escrevi na terça-feira, dia 12, o que segue em azul. Leiam. Volto em seguida.

Desde mais ou menos as 3 da madrugada de ontem, está no ar um pesado contra-ataque do ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD, a Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo. Contestando uma entrevista concedida por seu sucessor, Kassab afirmou que descalabro mesmo é a atual gestão. Foi além: Prefeitura quebrada, deixou claro, quem encontrou foram os eleitos de 2004 — José Serra como prefeito, ele como vice. Kassab se referia, é claro!, à petista Marta Suplicy, hoje ministra da Cultura. (…) Haddad, como se diz em Dois Córregos, enfiou a viola no saco e sumiu. Não apareceu um só petista em seu socorro ou para dar um chega pra lá no ex-prefeito, nada! (…) A bancada do PSD na Câmara só é menor do que a do PT e a do PMDB. Dilma quer o tempo de seu fiel aliado — e isso, no que diz respeito à presidente e a Lula, Kassab é.
(…) Haddad se comporta como se tivesse faltado ao nível “Massinha I” do curso “A Moralidade do Petista Exemplar”. É lá que se aprende, nos primeiros passos, que nem toda denúncia de corrupção interessa. Se ela atinge o PT ou um aliado, é coisa má; se pega um adversário, aí já vale como juízo de condenação. (…) Assim, Kassab faturou esse “round”. Falou um “Cospe aqui se for homem”, e Haddad teve de saltar de banda, fazer de conta que não era com ele, ainda que contra a vontade. (…) As prioridades do PT são a eleição de Dilma Rousseff e a campanha de Alexandre Padilha em São Paulo. Kassab é considerado uma importante linha auxiliar nos dois propósitos. Caso se candidate mesmo ao governo do Estado, conta-se com ele para levar a disputa para o segundo turno, quando, então, os petistas esperam o seu apoio, já que dificilmente alguém lhes toma o segundo lugar. E não será Fernando Haddad a atrapalhar. (…)
Voltei
Pois bem. Agora leiam trecho da reportagem de Vera Magalhães, na Folha desta quinta:
O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, do PSD, anunciará na próxima quarta-feira o apoio de seu partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff no pleito do ano que vem. Kassab já convidou as bancadas do partido e os presidentes das seções estaduais para a reunião da Executiva Nacional do PSD, em São Paulo, na qual deve ser feito o anúncio. No mesmo dia, Kassab deve se reunir também com Dilma para dizer que, após consultas internas, mais de 90% do partido votou pela aliança com a petista em 2014. A data do anúncio foi antecipada pela coluna Monica Bergamo na Folha de ontem. Com a iniciativa, o PSD será o primeiro partido a anunciar publicamente que fará parte da coalizão nacional do para tentar reeleger Dilma. Kassab quer sinalizar que sua recente rusga com o prefeito de São Paulo, o petista Fernando Haddad, não abalou sua aproximação com o PT, iniciada em 2011. (…)
Retomo
Eis aí. Nada tira Kassab do governismo; nada o separa de Dilma Rousseff. Ou melhor: até poderia separar, caso o PT partisse com tudo pra cima dele, em apoio às acusações feitas por Fernando Haddad. Mas os petistas entenderam direitinho o recado que Kassab mandou e silenciaram. A máquina petista pôs fim às plantações contra o ex-prefeito na grande imprensa, nas redes sociais e naquela coisa que se confunde com jornalismo às vezes, financiada por estatais e por gestões petistas. Em suma: a Al Qaeda Eletrônica parou de perseguir Kassab. Agora ele também pertence ao campo “progressista”. E o ex-prefeito pode voltar a seu plano original: ser o primeiro partido a se declarar oficialmente com Dilma. Com essa solenidade toda, convenham, nem o PT aderiu. Haddad vai ter de tentar corrigir a sua imagem de outro modo. A partir da adesão oficial do PSD à candidatura Dilma, está sendo definitivamente cassada a licença para o prefeito atacar o antecessor. Por Reinaldo Azevedo

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