sexta-feira, 29 de novembro de 2013

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA DESVIO DE RECURSOS DE PROGRAMA HABITACIONAL EM ESTÂNCIA VELHA

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira, a Operação EV-01, que tem por objetivo apurar informações acerca do uso eleitoral dos recursos repassados pelo Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social – PSH, do Governo Dilma, na administração do prefeitinho Valdir Dilkin, do PSDB. A Polícia Federal não descarta também que possam ter sido utilizados recursos do programa Minha Casa Minha Vida com a mesma finalidade. Policiais federais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão, em sedes de órgãos públicos, empresas e residências na região de Estância Velha. Pelas apurações feitas até o momento, aproximadamente de R$ 1 milhão circularam por conta particular e foram transferidos para uma empresa de material de construção situada em Novo Hamburgo, sem que tenha sido até agora detectada existência de qualquer procedimento licitatório. Da mesma forma, há indícios de que uma ex-secretária municipal, ligada a uma cooperativa habitacional, tenha utilizado tal conta particular para a movimentação desses recursos. Durante a instrução do feito, alguns eleitores declararam ter recebido, na última eleição municipal, promessas do então candidato à reelição Valdir Dilkin, e de um candidato a vereador. As unidades habitacionais construídas com os recursos do PSH teriam servido de moeda em troca de votos e de apoio. A Polícia Federal desembarcou na manhã desta quinta-feira com 20 carros e 50 homens para cumprir os mandatos de busca e apreensão no âmbito da investigação iniciada pelo Ministério Público Eleitoral, que apura denúncias de corrupção eleitoral em Estância Velha, Grande Porto Alegre. O aparato policial assustou a população. Os policiais foram ao gabinete e até na casa do prefeito José Valdir Dilkin, PSDB. Também a ex-secretária da Habitação, Sônia Cardoso, e a vereadora Sonia Brites, ambas do mesmo partido, sofreram revistas em casa e nos seus escritórios. Os policiais recolheram computadores e documentos. Mas, ninguém foi preso, pelo menos por enquanto. A administração desse prefeitinho Valdir Dilkin é um desastre. Para começar, a licitação do lixo foi flagrantemente fraudada. Videversus anunciou na véspera qual empresa seria a vencedora; a Onze Urbanizadora Ltda. E não deu outra. No dia da posse na reeleição do prefeitinho Valdir Dilkin, já estavam evidentes os sinais da intimidade entre a administração municipal e o dono da Onze Urbanizadora Ltda, Gerson Bitelo. O prefeitinho Valdir Dilkin nomeou como sua chefe de gabinete Rosalía Dornelles, e como assessora em seu gabinete, Michelle Kuhn. Estas duas apareceram abraçadas com o dono da empresa de lixo Onze Urbanizadora Ltda na festa da posse (veja a foto; Michelle Kuhn é a loira). Porém, o mais inexplicável foi a incrível aproximação do prefeitinho Valdir Dilkin do esquema corruptor e bandido de seu sucessor na prefeitura, o petista Elivir Desiam (vulgo "Toco"). Ele nomeou como procuradora do municipio a advogada Marcia Bitarelo. Ocorre que Márcio Bitarelo é advogada de Luis Carlos Soares (vulga "Viramato"), ex-vereador e presidente do PT em Estância Velha, durante os governos de Elivir Desiam, o Toco, quando se formou a quadrilha que contratou, deu casa e armou o pistoleiro Alecsandro Ribeiro, que tinha a tarefa de assassinar o ex-tesoureiro do PSDB na cidade, Mauri Martinelli, um colunista de jornal que incomodava a gestão petista. Além de Viramato, presidente do PT, faziam parte da quadrilha o jornalista Jaime Schneider, então secretário de Planejamento do governo Elivir Desiam; Jauri de Matos, laranja de Jaime Schneider na propriedade de seu jornal; e Claci Campos. Jauri de Matos foi o fiador para o aluguel da casa para o pistoleiro Alexsandro Ribeiro (o Seco). Claci Campos promoveu a reunião da quadrilha petista com o pistoleiro, na casa onde morava (alugava um quarto) e onde guardava a pistola austríaca Glock 380 que foi entregue ao pistoleio para a execução dos assassinatos. A segunda morte contratada foi a do então vereador José Godoy Valdir (o Duduzinho, do PMDB). A trama foi amplamente denunciada às vésperas da primeira eleição do prefeitinho Valdi Dilkin, e responsável pela sua vitória eleitoral. Como explicar então a inexplicável contratação da advogada Marcia Bitarelo, advogada do petista Viramato, para procuradora da prefeitura na gestão do PSDB do prefeitinho Valdir Dilkin? Mas, tem mais: a então poderosa chefe de gabinete do prefeitinho Valdir Dilkin indicou para a mais forte secretaria do município, a de Fazenda e Administração, Tarciso Staubt, um professor da Feevale. Quando o prefeitinho Valdir Dilkin teve uma crise cardíaca e precisou se internar, assumiu a vice, Ivete Grade (PDMB), que fez uma limpeza na prefeitura de Estância Velha, demitindo Rosália Dorneles, Tarciso Staubt e também a advogada Marcia Bitarelo, defensora do petista Viramato. Todos os quatro membros da quadrilha petista são réus pronunciados pela juiza local, e esperam apenas que seja marcada a data do juri. É inexplicável que a juíza não marque nunca esse julgamento. Ele demora tanto que até o pistoleiro Alexcsandro Ribeiro, o Seco, já cumpriu parte de sua pena de 15 anos pelo atentado contra Mauri Martinelli (descarregou o pente de 15 balas da pístola Glock 380, com sete balas atingindo o corpo do colunista) e conseguiu passar para o regime semiaberto. O inquérito que levou à operação policial desta quinta-feira é o de nº 781-48.2012.6.21.0118. Mas, o prefeitinho Valdir Dilkin não perde por esperar, tem muito mais coisas da sua administração que ainda poderão levá-lo à cadeia. E coisas muito mais graves.

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