sexta-feira, 15 de novembro de 2013

ROBERTO JEFFERSON, DELATOR DO ESQUEMA DO MENSALÃO DO PT, DIZ QUE NÃO SE ARREPENDE

Recolhido em sua casa na pequena cidade de Comendador Levy Gasparian, na Região Serrana do Rio de Janeiro, na divisa com Minas Gerais, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, delator do esquema do Mensalão do PT, afirmou na quinta-feira, em seu blog e pelo Twitter, que não se arrepende do que fez, e que acredita que a política brasileira pode melhorar daqui por diante. O primeiro texto, sob o título "Nem tudo está perdido", foi publicado às 9h56: "Há oito anos denunciei ao País o maior escândalo que jamais presenciei no Planalto Central desde que me tornei deputado. Tudo realizado por quem, por décadas, apontou o dedo para muitos, acusando-os de corruptos, dando início à nefasta judicialização da política brasileira". E continuou: "Fui cassado e tive meus direitos suspensos por 10 anos; ontem, a Corte Suprema do meu País decretou minha prisão. Estou satisfeito com a decisão? Mentiria se dissesse que sim; conforta-me, porém, a crença de que a política brasileira, daqui para a frente, pode ser melhor". Às 9h58, mudou de assunto. Uma postagem breve, de título "Voltamos quando Deus quiser", dizia: "Amanhã o Brasil comemora a Proclamação da República. Um bom feriado a todos. E não esqueçam: se forem dirigir, não bebam". Quarenta minutos depois, ele voltou a se manifestar: "Não tenho arrependimentos, tudo certo. Não me regozijo, sou um réu condenado como todos os outros, vamos aguardar que se cumpra o destino". De manhã, Jefferson fez fisioterapia e apareceu na porta de casa, que ficou cercada por jornalistas. Estava com sua mulher, Ana Lucia Novaes. Afirmou que não sabia se iria se apresentar à Polícia Federal, no caso de sua prisão ser decretada, ou se esperaria em casa: "Vou combinar com meu advogado, vou aguardar, tenho até o fim do dia". À tarde, embora a sogra do ex-deputado, Marlene, tenha chegado a dizer que Roberto Jefferson se manifestaria, ele permaneceu dentro de casa e não falou com os jornalistas. O ex-deputado teria sido orientado por advogados a não falar para não prejudicar a estratégia de sua defesa.

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