segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

AÇÕES DA PETROBRÁS DESPENCAM MAIS DE 8% APÓS REAJUSTE AQUÉM DO ESPERADO

As ações da Petrobras abriram em queda de mais de 7% na manhã desta segunda-feira, após o anúncio do reajuste do preço da gasolina e do diesel anunciado na noite de sexta-feira. A ação ordinária da estatal, com direito a voto, chegou a cair 9,06% às 10h45 (horário de Brasília), a 16,66 reais, mas teve leve recuperação ao longo da manhã. Às 13 horas, essa mesma classe de ação recuava 8,35%, a 16,79 reais. Já o papel preferencial, sem direito a voto, recuava 6,85%, cotado a 17,81 reais. O Ibovespa operava em queda de 1,30%, a 51.798 pontos. A forte desvalorização representa uma perda de valor de mercado de cerca de 20 bilhões de reais em pouco mais de uma hora. A queda ocorre porque o mercado aguardava reajustes de 6% a 10% para o preço da gasolina, além da divulgação da tão aguardada nova fórmula de reajuste automático, que tem como objetivo dar alguma previsibilidade aos gastos da estatal com a oscilação do preço do petróleo. Como o reajuste foi de apenas 4% para a gasolina e 8% para o diesel, e nenhuma fórmula foi divulgada pelo Conselho de Administração da companhia, a reação do mercado à decisão da última sexta-feira deve pautar o movimento da BM&F Bovespa. O desempenho das ações evidencia a decepção do mercado sobretudo com a decisão do Conselho da estatal, mais precisamente da própria presidente Dilma Rousseff, de não autorizar a divulgação de detalhes sobre a nova metodologia de reajustes de combustíveis. Segundo analistas, a falta de clareza sobre os critérios mantém incertezas para o mercado, num momento em que a empresa absorve forte defasagem dos preços domésticos na comparação com os internacionais. Na noite de sexta-feira, a estatal anunciou o reajuste de preços nas refinarias de 4% na gasolina e de 8% para o diesel, já como consequência de uma nova política de preços. O impacto dessa alta nas bombas não deve passar de 2% para a gasolina e 4% para o diesel. No entanto, a empresa disse que “por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia”. A declaração priva o mercado de informações essenciais sobre o que esperar da companhia para os próximos trimestres. Para analistas do Itaú BBA, a falta de transparência preocupa. “Ninguém sabe exatamente quais são os indicadores ou quais são os gatilhos ou períodos para as revisões, deixando espaço para potenciais manobras nos preços”. “Nós nos questionamos o que realmente mudou”, disseram os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes, em nota a clientes no fim de semana. O Credit Suisse rebaixou, no domingo, a recomendação para as ações da empresa para “underperform” (abaixo da média do mercado).

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