domingo, 15 de dezembro de 2013

ANP LANÇA REGRAS PARA REFINO NOS MOLDES DAS QUE PARARAM PLATAFORMAS

A Petrobras enfrentará no refino as mesmas regras que a obrigaram a fazer paradas de manutenção mais frequentes nas suas plataformas e que limitaram a produção de petróleo. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) lançará em janeiro uma regulamentação de gestão operacional para refinarias "com prazos de manutenção mais rígidos", afirmou o diretor da reguladora, Waldyr Martins Barroso. A minuta da resolução, com diretrizes de segurança operacional e meio ambiente, já foi concluída pela diretoria da agência e está sendo analisada pela procuradoria, disse o diretor, que é responsável pela área de refino da agência. O diretor afirmou que as regras novas para refino seguirão o mesmo modelo das que já entraram em vigor para exploração e produção, que culminaram em mais paradas para manutenção e restringiram a produção de petróleo da estatal. As refinarias poderão ter ainda um prazo de dois anos de adequação à nova regra, conforme previsto na própria minuta de resolução. Mas esse prazo ainda está sujeito a alterações, segundo a assessoria de imprensa da ANP. Indagado sobre a possibilidade de estas regras afetarem a produção de derivados da Petrobras, o diretor disse que "teoricamente isso não é para acontecer". Após a vigência das normas de gestão operacional para plataformas de petróleo, a produção da Petrobras enfrentou limitações com frequentes paradas de manutenção. Atualmente a Petrobras vem batendo sucessivos recordes de produção de combustíveis, com uso quase que total de sua capacidade instalada. O diretor da ANP descartou haver relação entre os últimos acidentes no setor e os elevados níveis de utilização do parque de refino no País. Recentemente, a Petrobras registrou uma explosão na Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus (AM), e um incêndio na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. No caso da Repar, as causas do incêndio, segundo avaliação da ANP, têm relação com um erro na construção da refinaria, décadas atrás. Para a ANP, a causa do acidente já foi identificada: o uso de um tipo de aço inadequado, mais fraco para suportar as elevadas temperaturas de uma refinaria. A Repar vai operar com dois terços da carga usualmente processada quando retomar a produção, segundo a autoridade do órgão regulador brasileiro. A produção plena da refinaria da Petrobras não poderá ser atingida logo porque uma das colunas da unidade de destilação ficou danificada, bem como o condensador, equipamento que faz o resfriamento nesta etapa do refino, disse o diretor.

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