domingo, 29 de dezembro de 2013

ÁREA ÍNDIGENA TENHARIM FOI ATACADA NO AMAZONAS

Cerca de 300 pessoas invadiram na sexta-feira as aldeias da Terra Indígena Tenharim, localizada nos municípios de Manicoré e Humaitá, a 675 quilômetros de Manaus. Revoltadas contra o desaparecimento de três moradores da cidade, no início do mês, e entendendo que os índios as assassinaram, elas se dividiram em carros e caminhonetes, passaram pela aldeia Mafuí, atearam fogo em casas e destruíram um pedágio criado pelos índios no quilômetro 145 da Rodovia Transamazônica (BR-230). A pedido da Fundação Nacional do Índio, uma força-tarefa formada pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional foi enviada à região para tentar conter o conflito. Antes de destruir o pedágio e incendiar as casas, ainda de madrugada, o grupo cortou a energia elétrica das aldeias. "Eram cerca de 150 homens", contou Marco Túlio da Rocha, funcionário da Eletrobrás Amazônia, chamado para restabelecer o fornecimento na manhã de sexta. Segundo ele, os manifestantes atiraram contra o dispositivo de distribuição de energia. "Eles estavam muito furiosos, disseram que iam encontrar por conta própria os três desaparecidos", completou outro funcionário da Eletrobras, Carlos Alberto Santos. O tumulto ocorreu dois dias depois do quebra-quebra em Humaitá, onde cerca de 2.000 pessoas incendiaram a sede da Funai, a Casa da Saúde do Índio, 13 veículos e um grande barco às margens do Rio Madeira. Cerca de 140 índios estão refugiados no 54° Batalhão de Infantaria da Selva, em Humaitá, para se proteger de retaliações. Na sua operação, na sexta, os invasores se dividiram. Cerca de 50 homens acamparam a menos de 30 quilômetros das aldeias invadidas na sexta-feira. "Acho que temos de ir contra a cobrança dos pedágios. Quando paramos lá, ficamos à mercê dos índios. Um exemplo é nossos três amigos, que desapareceram", disse Samuel Martins, da Associação dos Madeireiros. O problema começou no dia 16, quando três homens -- o técnico Aldeney Ribeiro Salvador, da Eletrobrás Amazonas, o professor Stef Pinheiro e o comerciante Luciano Ferreira Freire – desapareceram. A informação na cidade é que teriam sido sequestrados e mortos pelos índios Tenharim, que assim estariam vingando a morte do cacique Ivan Tenharim. A versão oficial da morte do cacique é que ele sofreu um acidente de moto na BR-230. Para os índios, ele foi assassinado por pessoas descontentes com a presença dos índios nas cidades e com a cobrança de pedágios para passar por suas terras, nos quais são cobrados valores de R$ 15,00 a R$ 100,00. Os índios negam a acusação de sequestro.

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