sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DESIGUALDADE NO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL IMPRESSIONA RELATORA ESPECIAL DA ONU

Após dez dias de visita ao Brasil, a relatora especial das Nações Unidas sobre Água e Saneamento, Catarina de Albuquerque, apresentou nesta quinta-feira suas conclusões preliminares e as recomendações iniciais ao governo brasileiro sobre as condições sanitárias do País. A relatora disse que ficou chocada com as desigualdades regionais no acesso ao saneamento básico, sendo a Região Norte a mais afetada. “Vi muitos contrastes. Há regiões com nível de primeiro mundo, como os Estados de São Paulo e do Rio, com cidades com taxa de tratamento de esgoto superior a 93%, e vi outras regiões, como Belém, em que essa taxa é 7,7%, e Macapá, 5,5%. São diferenças assustadoras. Também vi diferenças entre ricos e pobres. O que uma pessoa rica pela água e pelo esgoto não é significativo, mas, para uma pessoa pobre, essa conta é muito alta”, disse a relatora.
Catarina se reuniu com representantes do governo e de organizações internacionais, da sociedade civil e com membros de comunidades em Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Fortaleza e Belém. Em suas visitas, a relatora deu atenção especial aos moradores de favelas, de assentamentos informais e de áreas rurais, incluindo aquelas afetadas pela seca. Segundo a especialista, o Brasil está entre os dez países onde mais faltam banheiros (7 milhões de brasileiros estão nessa situação). Cinquenta e dois por cento da população não têm coleta de esgoto e somente 38% do esgoto é tratado.

Nenhum comentário: