domingo, 29 de dezembro de 2013

DILMA PRESENTEIA PAÍS COM PIOR NATAL EM 11 ANOS

Queda no poder de compra, encarecimento do crédito, endividamento em alta e confiança do consumidor em baixa fizeram deste Natal o mais fraco para o comércio em 11 anos. Segundo o indicador de atividade do comércio da Serasa Experian, as vendas na principal data para o comércio cresceram 2,7% no País (já descontada a inflação), pior desempenho desde o início da série, em 2003. "O consumidor está menos disposto a comprar e mais preocupado em sair da inadimplência do que em contrair novas dívidas", diz Luiz Rabi, economista da Serasa. O levantamento foi feito com base em consultas realizadas na semana de 18 a 24 deste mês. "Vivemos nos últimos anos uma antecipação forte do consumo, estimulado pela redução das alíquotas de impostos", diz Nuno Fouto, professor do Provar/FIA: "Isso comprometeu muito a renda. E, com a inflação, o consumidor está mais receoso. Acabou a onda positiva. Hoje só o ministro da Fazenda diz que está tudo bem". Para ele, a bolha de consumo acabou "há muito tempo": "Em 2011 voltamos ao nível de crescimento que tínhamos em 2004". Os shoppings registraram crescimento de 5% em termos reais, metade do esperado, puxado exclusivamente pela abertura de novos empreendimentos e ampliações. Na mesma base de comparação, não houve crescimento. "Foi um ano preocupante", diz o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. O setor deve encerrar o ano com faturamento de R$ 132,8 bilhões. O número considera os 38 novos shoppings abertos ao longo do ano. Além dos motivos que afetaram o comércio de modo geral, os shoppings acrescentam a competição com outlets de Miami e Orlando, que vivem abarrotados de brasileiros. "Os preços lá fora são muito menores e isso é um inibidor de compras, sobretudo no setor de vestuário", diz Sahyoun. O segmento nos shoppings registrou queda de 1% no Natal e deve encolher 2,5% no ano. Segundo a Alshop, o gasto individual com presentes caiu 10% neste ano.

Nenhum comentário: