quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ELETROSUL ACHA QUE O POTENCIAL EÓLICO DO RIO GRANDE DO SUL É DE 10 MIL MW, O DOBRO DO TOTAL CONSUMIDO DE ENERGIA NO ESTADO

A reportagem a seguir é do repórter Jefferson Klein e foi publicada no Jornal do Comércio desta terça-feira. O entrevistado é o presidente da Eletrosul, o catarinense Eurides Mescolotto. Conta o repórter que, às vésperas de comemorar 45 anos de fundação (23 de dezembro), a Eletrosul mantém o foco em expandir seu parque de geração e transmissão de energia. Uma fonte em especial tem se destacado nesse contexto: a eólica. Leia tudo: "O presidente da empresa, Eurides Mescolotto, lembra que somente os empreendimentos no Rio Grande do Sul nos quais a companhia tem participação somam 782,5 MW de capacidade instalada. O mercado é tão promissor que as fronteiras nacionais já estão ficando pequenas para a estatal, que começa a voltar seus olhos para um conhecido vizinho do Brasil: o Uruguai. Diz Eurides Mescolotto: "O mercado de energia eólica continuará forte. Neste momento, temos um problema sério, pois os fornecedores de aerogeradores estão com as fábricas lotadas. Mas, no ano que vem, isso já vai estar melhor, e acredito que haverá uma expansão grande da eólica. E, no Rio Grande do Sul, sem dúvida os lugares mais acessados serão Santana do Livramento, Santa Vitória do Palmar, Chuí e a região no entorno de Rio Grande. Vai acontecer também uma integração com o Uruguai. Temos um interesse danado se houver um acordo entre os governos brasileiro e uruguaio para fazermos uma exploração conjunta de eólica porque, esse espaço, do lado uruguaio, também é muito promissor quanto à energia eólica. Como o Uruguai não necessitaria de toda essa energia e o Brasil sim, poderíamos fazer esse intercâmbio, essa ligação, como se faz em Itaipu, entre o País e o Paraguai. Do ponto de vista de engenharia, seria uma iniciativa sem maiores problemas. Seria feita através da integração da estatal uruguaia, a UTE, e da estatal brasileira, que é a Eletrobras (holding que controla a Eletrosul). Com o know how que tem a Eletrosul e a proximidade com o Uruguai, a Eletrobras nos colocaria como a empresa que poderia dar o suporte técnico para que as eólicas, naquele país, pudessem prover também o Brasil. Nesse sentido de integração, existe uma linha de transmissão sendo construída na região de Candiota para se interligar ao Uruguai. Está prevista para ser concluída em 2014. Na verdade, a linha é da Eletrobras, mas a companhia nos passou o controle técnico da obra. Estamos fazendo a linha do lado do Brasil e uma subestação. A UTE cuida da continuação da ligação do lado uruguaio". Diz ele sobre a possibilidade de expansão do setor de energia eólica no Rio Grande do Sul: "Nós dependemos muito das condições de leilão. Podemos até ter um objetivo, mas foge do nosso controle, pois depende do certame. Porém, se conseguíssemos mais uns 350 MW em 2014, no Rio Grande do Sul, seria muito bom. Está no nosso planejamento que a questão eólica, principalmente, no Estado, é fundamental. Queremos ser o maior player desse setor. Na região da fronteira, podemos chegar a quase 10 mil MW (mais que o dobro da demanda de energia do Rio Grande do Sul). E é uma energia limpa, o que possibilita dispensar as energias sujas, como o óleo diesel e outras.

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