terça-feira, 3 de dezembro de 2013

PESQUISA MOSTRA QUE CERCA DE 28 MILHÕES DE BRASILEIROS CONVIVEM COM UM DROGADO

Pelo menos 28 milhões de pessoas vivem no Brasil com um drogado, mostra o Levantamento Nacional de Famílias de Dependentes Químicos, divulgado nesta terça-feira pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A pesquisa inédita mostra o impacto que a convivência com um parente drogado provoca na experiência cotidiana das famílias. Entre os parentes entrevistados, as mulheres são a grande maioria (80%), sendo que 46% delas são as mães dos drogados. Mais da metade delas (66%) são responsáveis pelo tratamento. Essas mães também são consideradas chefes da família, fazendo com que, além da sobrecarga de cuidar do filho drogado, cuidem também dos outros membros da casa. O levantamento revela ainda que mais da metade (57,6%) das famílias têm outro parente drogado. Os entrevistados, no entanto, avaliam que as más companhias (46,8%) e a autoestima baixa (26,1%) foram os fatores de risco mais relevantes que levaram à drogadição. O tempo médio para a busca de ajuda após o conhecimento do uso de álcool e/ou outras drogas é três anos. Entre os que usam cocaína e crack, o tempo é menor, dois anos. E sobe para 7.3 anos, quando considerados apenas os dependentes de álcool. Mais de um terço dos parentes (44%) disse que descobriu o uso dessas substâncias por causa da mudança de comportamento. Apenas 15% relataram que a descoberta ocorreu por ter visto o paciente fazendo uso dessas substâncias fora de casa. O impacto nas finanças é bem relevante. O estudo detectou que em 58% dos casos o tratamento foi pago exclusivamente pela família. Cerca de 45% apontaram que o pagamento do tratamento afetou drasticamente o orçamento familiar. Para 28,2%, o tratamento influenciou pouco, enquanto 7% disseram ter sofrido muito pouco impacto. Cerca de 19% disseram, por outro lado, que o tratamento não trouxe danos às finanças da família.

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