sábado, 14 de dezembro de 2013

PETISTAS FAZEM DESAGRAVO A CONDENADOS DO MENSALÃO DO PT

Em um ato de desagravo aos "companheiros injustiçados" no processo do Mensalão do PT, petistas rebateram na manhã de sexta-feira as acusações que levaram às condenações do ex-deputado José Genoino, do ex-ministro José Dirceu, do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e do deputado federal João Paulo Cunha (SP), pelo Supremo Tribunal Federal. Reunidos no 5º Congresso do PT, em Brasília, os militantes ouviram de parentes dos condenados questionamentos sobre provas e declarações de que o partido está sendo punido por "tirar milhares de pessoas da pobreza". Parentes dos petistas condenados foram chamados para falar sobre o sofrimento vivido pelas famílias após as prisões. A filha de José Dirceu, Joana Saragoça, atacou o STF por "violar garantias humanas" dos sentenciados no julgamento e de cometer "ilegalidades" na execução das sentenças. "Até onde vamos com tudo isso?", disse Joana. Em sua opinião, o ex-ministro foi "injustiçado por ter lutado por um País melhor" e que por isso não desistirão de lutar para provar sua inocência. O vereador Carlos Soares, de Goiânia, irmão de Delúbio, falou emocionado do sofrimento da família, disse que seu irmão foi condenado "sem provas" e concluiu que o "crime" imputado aos petistas se deve ao fato de o governo ter tirado "milhares de pessoas da pobreza" e ter transformado o Brasil em um "País para todos". Para um auditório com metade das cadeiras ocupadas, o deputado João Paulo Cunha (SP) voltou a rebater as provas de sua condenação, atacou a divulgação do processo do Mensalão do PT pela imprensa, e disse que o Brasil vive "dias sombrios". "É inegável o uso que fazem da mídia contra nós", reclamou. João Paulo Cunha ressaltou que, mesmo após as prisões dos petistas, a popularidade da presidente Dilma Rousseff vem subindo e que a melhor maneira de responder ao processo é reelegendo Dilma. Ele também criticou o tratamento diferenciado aos réus do processo do mensalão mineiro, que terão o direito a julgamento em duas instâncias e foi desmembrado pela Justiça. "A quem recorrerão nossos companheiros?", perguntou. Segundo o deputado, "a história vai mostrar o que realmente aconteceu". Durante o ato, os condenados eram chamados pelos militantes de "guerreiros do povo brasileiro". Um grupo de militantes exibiu mais uma vez faixa pedindo a anulação do "julgamento de exceção". O líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (CE), irmão de Genoino, disse que sua família vem encontrado forças nos últimos dias no apoio da militância. "Estamos doídos, mas não estamos mortos", afirmou. Guimarães pediu para que os militantes "não abandonem" os presos e se mantenham unidos na adversidade. Na visão do líder do PT, as condenações "sem provas" foram tentativas de "interditar" o projeto partidário petista. "O PT enverga, mas não quebra", declarou.

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