quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

PRESIDENTE PETISTA DILMA TOMA DECISÃO, O BRASIL VAI COMPRAR OS AVIÕES CAÇA SUECOS GRIPEN

O Ministério da Defesa anunciou nesta quarta-feira que a fabricante sueca Saab fornecerá os 36 novos caças à Força Aérea Brasileira (FAB). O programa de substituição das aeronaves FX2, que envolve um orçamento de 5 bilhões de dólares, passou por diversos adiamentos nos últimos anos, mas a presidente optou pelo Gripen — a aeronave mais barata entre as três competidoras. Estavam no páreo a americana Boeing e a francesa Dassault. Dilma Rousseff participou de uma cerimônia de encerramento do ano organizada pela cúpula militar e lá ela anunciou oficialmente que o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, estavam autorizados a divulgar o resultado da concorrência. O Gripen oferecido ao governo ainda é um projeto. Não há nenhum modelo similar em operação no mundo. Suas versões mais antigas são avaliadas como mais adaptáveis e menos dispendiosas do que os similares oferecidos pela Boeing e pela Dassault. Entre os países que usam modelos Gripen estão Reino Unido, República Checa, Hungria e Tailândia, além da própria Suécia. A escolha dos caças encerra uma negociação que remonta a 1991, quando a Força Aérea Brasileira (FAB) decidiu que precisava renovar sua frota de caças. As únicas seis unidades em operação atualmente, os Mirage 2000, da Dassault, serão aposentados no dia 31 de dezembro e substituídos por modelos F5, enquanto o Gripen entra em processo de fabricação. Em 2009, o então presidente  Lula chegou a anunciar que o Brasil havia escolhido adquirir os caças da França. A moeda de troca era o apoio do país à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Tempos depois, o Ministério da Defesa negou que o governo tivesse tomado alguma decisão. Curiosamente, o então presidente francês Nicolas Sarkozy, no mesmo período, havia se negado endossar decisão do governo brasileiro de apoio ao Irã. O negócio dos caças foi desfeito em retaliação. A decisão sobre os caças ocorre pouco antes da aposentadoria do Mirage e dias depois de o presidente francês, François Hollande, vir ao Brasil acompanhado do presidente da Dassault, Eric Trappier, para se reunir com a presidente Dilma Rousseff. Ela teria aproveitado o encontro para dizer a Hollande que a compra do Rafale não ocorreria devido ao alto preço das aeronaves. O tema dos caças foi preterido ao longo do governo Dilma. Nas poucas discussões consistentes sobre o tema, a favorita da presidente era Boeing. Não só a proposta de transferência de tecnologia da gigante americana havia agradado à FAB, como a vinda da empresa ao Brasil havia suscitado uma série de possibilidades de parcerias com a indústria que iam além dos F18. Segundo documentos sigilosos divulgados pelo Wikileaks, o brigadeiro Juniti Saito também havia explicitado, em 2009, a superioridade técnica da aeronave americana. Contudo, a saia-justa causada pelas denúncias do ex-técnico da CIA e da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, o traidor Edward Snowden, que revelaram práticas de espionagem do órgão a diversos governos — inclusive o brasileiro — colocaram a Boeing no fim da fila e deixaram no páreo apenas franceses e suecos. A presidente da Boeing no Brasil e ex-embaixadora, Donna Hrinak, afirmou que o F18 não só é tecnicamente superior, como também a proposta da empresa para o projeto foi aprimorada ao longo dos anos. Segundo Donna, o governo brasileiro tem toda a razão em condenar as ações da NSA, mas reafirmou que a força das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos vai muito além das denúncias: “É uma relação bilateral de muitos anos. Compartilhamos valores e interesses. E não podemos deixar que essa relação seja afetada por Edward Snowden”.

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