quinta-feira, 31 de outubro de 2013

JOSÉ EDUARDO CARDOZO E SEU GOVERNO, POR ATOS E OMISSÕES, AJUDARAM A PROMOVER A VIOLÊNCIA QUE AGORA TENTAM COMBATER. OU: UM TEXTO FATOS E FOTOS

José Eduardo Cardozo agora acha necessário organizar uma ação contra os black blocs? Pois é… Que coisa, não? A primeira manifestação promovida pelo Movimento Passe Livre, em São Paulo, ocorreu no dia 6 de junho. Não houve a chamada “violência policial”. Só os manifestantes botaram para, literalmente, quebrar e queimar. No dia 7, informava a Folha:

““Em protesto contra a elevação da tarifa de ônibus, metrô e trens em São Paulo, manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar, interditaram vias e provocaram cenas de vandalismo ontem à noite na região central. O ato levou à interdição de vias como 23 de Maio, Nove de Julho e Paulista na hora de pico. Estações de metrô foram depredadas e fecharam. No centro e na Paulista, quebraram placas, picharam muros e ônibus, atearam fogo, provocaram danos a um shopping e ao Masp. Os manifestantes são ligados ao Movimento Passe Livre, liderado por estudantes e alas radicais de partidos.”
Jornais 7 de junho
O Passe Livre não deu trégua. No dia 7, promoveu outro quebra-quebra, também notavelmente violento. Mais uma vez, a Polícia Militar evitou o confronto. Novas depredações, incêndios, quebra-quebras, aí com o fechamento das marginais, causando um colapso na cidade. Os mascarados já estavam lá, atuando junto com o Passe Livre. Os jornais do dia 8 de junho traziam o devido registro.
Jornais 8 de junho
Estava na cara que havia algo estranho no ar. Muito bem! No dia 9 de junho, o Estadão de domingo chega às bancas com uma estranha entrevista de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, tornada manchete. O alvo principal: o governador Geraldo Alckmin, em particular a política de segurança pública. Era um domingo.
Estadão 9 de junho
Na terça-feira, dia 11 de junho, o Passe Livre e os black blocs voltaram às ruas. A violência chegava ao paroxismo. Coquetéis Molotov foram lançados contra a polícia. Um policial foi linchado. Assim evidenciavam os jornais no dia 12.
Jornais do dia 12
policial ferido 2
Estão acompanhando?
Até aqui, três de seis dias dedicados à depredação e à violência, com a Polícia Militar fazendo um trabalho praticamente de contenção. Entre esses dias, uma entrevista do ministro da Justiça atacando o governador. Observem que estou documentando tudo.
Aí veio a tragédia do dia 13. O Passe Livre voltou às ruas ainda mais disposto ao confronto e à pauleira. Aqui e ali já se colhiam na imprensa sinais de simpatia pelos vândalos. Mas como endossar as práticas terroristas? Era preciso que um valor mais alto se alevantasse. Jornalistas, no geral, têm mais ódio da polícia do que de bandidos com uma “boa causa”. Sei que frases como essa não me rendem uma boa fama. Escrevo o que quero. Não devo satisfações a aiatolás do pensamento. Pois bem: nesse dia, a tropa de choque combinou com “os meninos” (como diria um repórter de TV…) que eles não romperiam o cordão de policiais rumo à Avenida Paulista. Não adiantou. Eles romperam. E o pau comeu. A Polícia Militar reagiu com bombas de gás e de efeito moral e balas de borracha. Jornalistas foram alvejados. Aí a coisa toda mudou de figura, como se via no dia 14.
jornais do dia 14
Uma imprensa que já estava doida para aderir encontrou ali o pretexto de que precisava. E que se note: não estou endossando a ação da PM naquele dia. Foi exagerada, atabalhoada, desorganizada. Mas não muda a moral da história. 
A PM passava a ser a vilã. E os protagonistas da truculência dos dias 6, 7 e 11 eram tratados como heróis que estivessem lutando contra um estado autoritário. As TVs, em especial, passaram a dar aos trogloditas a grandeza de resistência civil. A GloboNews, por exemplo, entrou em rimo de AL Jazeera cobrindo a Primavera Árabe. A diferença nada ligeira é que o Brasil é um estado democrático.
CARDOZO DE NOVO!
Naquele mesmo dia 13, com a cidade tomada pelo caos — eu voltava de uma palestra no Rio e fiquei quase cinco horas preso no Aeroporto de Congonhas porque meu bairro estava sitiado por vândalos —, Cardozo concedeu uma entrevista aos portais oferecendo “ajuda” ao governador Geraldo Alckmin. Não telefonou, não conversou, não procurou nem foi procurado. Falava pela imprensa. Tirava uma casquinha. Fazia de conta que o problema era de São Paulo.
No dia 17, marca-se outra manifestação em São Paulo. A Polícia aceita as condições dos trogloditas que haviam vandalizado a cidade no dias 6, 7, 11 e 13: nada de tropa de choque, nada de bala de borracha, nada de bombas e nada de restrição a áreas de protesto. Qualquer lugar é lugar. Tudo pode e tudo vale. Os petistas aderiram ao protesto. Já não era mais pelos 20 centavos, dizia-se, mas por cidadania, sei lá o quê. Algo começava a sair do planejado: em São Paulo, a convocação reuniu 65 mil pessoas. A do Rio, que seria apenas em solidariedade, juntou mais de 100 mil… Epa!!!
No dia 18 de junho, aí era a Folha que trazia outra entrevista de José Eduardo Cardozo, também contra o governo de São Paulo, com ataques diretos à Polícia.
Folha 18 de junho - cardozo
Concedida no dia 17, antes do término das manifestações, este gênio usou como exemplo bem-sucedidos as polícias do Rio e do Distrito Federal:“O que vi em SP, e as câmeras mostraram, é de uma evidência solar que houve abuso. Vi o que aconteceu no Distrito Federal e no Rio. Padrões de comportamento bem diferentes”.
Patético! Naquele dia 17, não houve violência em São Paulo. Alguns bananas tentaram invadir os jardins do Palácio dos Bandeirantes, mas nada muito grave. No Rio, no entanto, um dos bons exemplos de Cardozo, assistiu-se aos caos, como isto aqui:
BrasíliaO ministro da Justiça que “ofereceu” ajuda a Alckmin no dia 13,  que já o havia atacado no dia 9 e que censurou a polícia de São Paulo no dia 17, tinha tudo para organizar, então, com o seu aliado Agnelo Queiroz (PT), governador do Distrito Federal, uma ação preventiva exemplar quando o protesto chegou ao Distrito Federal, certo?
Pois bem! No dia 20, o caos se instalou em Brasília. Meteram fogo no Itamaraty. E ninguém ouviu a voz de Cardozo, o chefe da Polícia Federal e o homem que pode acionar a Força Nacional de Segurança. Vejam.
Setores importantes da imprensa, as esquerdas de modo geral e o governo federal promoveram a demonização da Polícia Militar de São Paulo, que logo virou a demonização de qualquer polícia. Também se inventou a mentira estúpida de que manifestantes eram uma coisa, e baderneiros, outra. Chegou a ser por um brevíssimo período. Logo, os chefes dos protestos deixaram claro que os mascarados eram a sua tropa de choque e que eles estavam juntos.
A violência que José Eduardo Cardozo agora diz querer combater é a mesma que ele e seu governo, por atos e omissões, estimularam. Em São Paulo, muitos patriotas estavam certos de que a confusão lhes seria eleitoralmente útil. Deu no que deu. Este não é um texto de opinião. É um texto com fatos e fotos. Por Reinaldo Azevedo

GOVERNO DILMA PRETENDE FECHAR CONTAS DO ANO COM RECEITAS DO LEILÃO DE LIBRA E DO REFIS PARA CUMPRIR META DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO

O governo Dilma conta com receitas extraordinárias, como as do leilão do Campo de Libra e da reabertura do chamado Refis da Crise, para cumprir a meta de superávit primário em 2013, informou hoje (31) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. O Refis da Crise é um programa de refinanciamento de impostos atrasados instituído em 2009, após a crise financeira mundial, e cujo prazo de adesão será reaberto entre 21 de novembro e 31 de dezembro. “Nós próximos meses, há receitas bem fortes, principalmente do leilão de Libra, do crescimento normal da economia e mesmo do Refis, que irá acontecer no final do ano. Então, por todas as razões, o fato de setembro ter sido ruim não significa que deixaremos de cumprir a meta. Estamos trabalhando para isso e é a expectativa do governo”, disse Augustin. A meta primária nominal para o Governo Central (Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social) é R$ 73 bilhões este ano. Só o leilão de partilha do Campo de Libra deverá trazer para os cofres públicos R$ 15 bilhões. Augustin não quis estimar os valores que entrarão nos cofres da União com a reabertura do Refis da Crise. Em 2013, o superávit primário acumulado do Governo Central alcança R$ 27,9 bilhões. “Pretendemos cumprir a meta do ano, embora o resultado de setembro tenha sido negativo, que decorreu de alguns eventos específicos, como o pagamento de R$ 1,5 bilhão para os municípios e a mudança de calendário do abono salarial, além do pagamento para o sistema de energia de mais de R$ 2 bilhões. Fatores que não se repetem”, justificou. Em setembro, o resultado primário do Governo Central foi deficitário em R$ 10,5 bilhões, conforme balanço divulgado nesta quinta-feira.

PETISTA LUCIANO COUTINHO DIZ QUE PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA OGX NÃO PREJUDICARÁ CAPTAÇÕES EXTERNAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS

O presidente do BNDES, o economista petista Luciano Coutinho, disse nesta quinta-feira que o pedido de recuperação judicial da petroleira OGX, controlada pelo empresário Eike Batista, não afetará captações externas das companhias brasileiras. Segundo ele, o investidor estrangeiro diferencia a OGX das demais empresas brasileiras. "A janela de liquidez e as captações brasileiras continuaram. Quando as janelas de liquidez são favoráveis, as empresas têm captado, com custos razoavelmente favoráveis", afirmou Coutinho. “Os investimentos dos fundos que apoiaram a empresa são investimentos de riscos que elas estão acostumados a enfrentar, faz parte do jogo”, acrescentou.

MINISTÉRIO PÚBLICO SUL-RIOGRANDENSE REABRE INQUÉRITO CIVIL SOBRE INCÊNDIO NA BOATE KISS

O Ministério Público do Rio Grande do Sul decidiu reabrir o inquérito civil sobre o incêndio na Boate Kiss. A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria encaminhou ao Ministério Público documentos com indícios de que houve improbidade administrativa por parte da prefeitura. O interessante é que não encontram os mesmos indícios com respeito às autoridades estaduais. Presidente da associação que representa familiares de vítimas e sobreviventes da tragédia, Adherbal Alves Ferreira, disse que os novos elementos apontam que foi autorizada a mudança do número do prédio para facilitar a abertura da boate e aceito um abaixo-assinado irregular, no qual supostos vizinhos teriam se manifestado favoráveis à instalação da boate.

OGX DIZ QUE ACORDO COM PETRONAS DEVE IR PARA ARBITRAGEM

A problemática OGX, petroleira de Eike Batista, informou nesta quinta-feira que o acordo assinado com a malaia Petronas para a venda de participação de áreas na Bacia de Campos "provavelmente vai gerar um processo arbitral para resolução da questão". O acordo previa um pagamento pela Petronas de 850 milhões de dólares à OGX - 250 milhões de imediato - pela compra de 40% dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, onde está o campo de Tubarão Martelo. As negociações, anunciadas em maio, estavam paralisadas.  A Petronas informou em agosto que aguardaria a reestruturação da dívida da petroleira brasileira para dar prosseguimento ao negócio. Desde julho, quando a petroleira desistiu de investir em alguns campos da Bacia de Santos, Tubarão Martelo começou a ser apontado como o principal ativo da companhia. Seu início de produção é esperado para a segunda metade de novembro de acordo com fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters. Contudo, no início de outubro, a OGX informou ao mercado que as reservas prováveis de Tubarão Martelo são um terço do volume total recuperável estimado inicialmente pela companhia. A reserva provável é quando a empresa identifica indícios de que há 50% de chance do óleo ser comercialmente viável, enquanto as possíveis só apresentam 10% de probabilidade. Segundo a consultoria Degolyer & McNaughton, o campo possui reserva provável de 87,9 milhões de barris de óleo equivalente (boe) e possível de 108,5 milhões de boe. A consultoria, porém, não encontrou nenhuma reserva provada, ou seja, que tenha mais de 90% de chance de ser comercializável. Desde então, os rumores de que a Petronas já teria desistido do acordo só aumentam. Os executivos da petroleira malaia não querem nem negociar diretamente com Eike Batista depois que os porta-vozes da OGX que comandavam as conversas foram demitidos - o ex-presidente Luiz Eduardo Carneiro e o ex-diretor jurídico, José Faveret. O empresário já tentou falar até com o primeiro-ministro da Malásia para resolver o impasse, mas não foi bem-sucedido.

BOLSA EX-BILIONÁRIO – BNDES QUER PRORROGAR (DE NOVO) PRAZO PARA PAGAMENTO DE EMPRÉSTIMO DA OSX, DE EIKE BATISTA

O BNDES sinalizou nesta quinta-feira a possibilidade de prorrogar novamente o prazo de vencimento de um empréstimo para a OSX. No último dia 15, a empresa de construção naval do grupo EBX fechou acordo para prorrogar por um mês o prazo de pagamento de um empréstimo de 518 milhões de reais. Agora, a intenção do banco é prorrogar por mais tempo. “A OSX é uma empresa que tem muitos ativos valiosos”, disse o presidente do BNDES, o petista Luciano Coutinho, na manhã desta quinta-feira, ao deixar uma reunião da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), no Rio de Janeiro. “É uma empresa que pode ser solucionada e dar tempo para que se tenham as soluções é uma estratégia sensata”, afirmou. O receio dos investidores com a saúde financeira das companhias do grupo EBX disparou recentemente, em meio à derrocada da petroleira OGX, uma das principais clientes da OSX e que pediu recuperação judicial na quarta-feira. Há rumores de que o mesmo caminho esteja sendo desenhado para a empresa de construção naval. Segundo o petista Luciano Coutinho, não há “exposição de crédito não garantido do banco” às empresas do Grupo EBX. Todos os empréstimos, como o empréstimo-ponte do estaleiro OSX e o financiamento às obras de revitalização do Hotel Glória, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro, têm garantia bancária. No caso das obras do hotel, que pertence à REX, empresa de empreendimentos imobiliários de Eike Batista (de capital fechado), a exposição é inferior a 50 milhões de reais. O empréstimo total contratado é de 190 milhões de reais. “Foi desembolsada uma fração muito pequena para o hotel e tem fiança bancária. Esperamos equacionar isso. Também não representa risco de perda para o banco”, afirmou

CÂMARA DOS DEPUTADOS APROVA UM ENORME TREM DA ALEGRIA PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO, MAIS 1.437 NOVOS CARGOS

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira a criação de 1.437 cargos para o Ministério Público da União. O projeto, enviado ao Congresso pelo próprio Ministério Público para estruturar o órgão nos Estados, seguirá agora para o Senado. Pelo texto aprovado, serão criados 12 cargos de sub-procurador-geral da República, 15 de procurador regional da República, 660 de procurador da República e 750 cargos em comissão. As vagas serão preenchidas gradualmente até 2020. A estimativa é que a criação dos cargos cause impacto de R$ 22,2 milhões até 2015 e a dotação deverá ser feita na Lei Orçamentária Anual.

GOVERNO DILMA LIBERA R$ 1,7 BILHÃO PARA SANAR DÍVIDAS DAS SANTAS CASAS

Com investimentos de R$ 1,7 bilhão para os hospitais beneficentes, o Ministério da Saúde amplia a capacidade de financiamento para o Sistema Único de Saúde (SUS). Os principais pontos do pacote foram o refinanciamento da dívida tributária e o custeio da dívida financeira. Além de sanar um terço do déficit nacional, que hoje é de R$ 5,1 bilhões, uma portaria regulamenta que os repasses aos municípios devem ocorrer em até cinco dias após o recebimento. Atualmente, a pasta credita mensalmente o dinheiro aos fundos das unidades da federação que possuem convênios com Santas Casas, porém, os gestores públicos não têm prazo definido para repassar a verba às instituições.

FITCH REBAIXA RATING DA OGX PARA "D" APÓS PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A agência de classificação de risco Fitch reduziu os ratings da dívida da OGX em moeda estrangeira e em moeda local de "C" para "D", refletindo o pedido de recuperação judicial feito pela companhia na véspera, segundo comunicado. A Fitch informou ainda que manteve o rating das notas de 2,6 bilhões de dólares e 1,1 bilhões de dólares da OGX em "C/RR5". Ele indica que é muito provável que a petroleira perca alguma de suas concessões de exploração após o pedido de recuperação judicial. Segundo a Fitch, o futuro do rating da OGX vai depender da habilidade da empresa em manter ativos e cumprir com as obrigações da dívida. O rebaixamento pela Fitch dos ratings da OGX ocorreu após a agência de classificação Moody's ter cortado a nota da empresa para "C", também nesta quinta-feira.

GILBERTO CARVALHO, DILMA E A EXPLORAÇÃO DE UM CADÁVER. OU: BLACK BLOCS FAZEM JOGO DO PT. OU AINDA: GILBERTO CARVALHO, O HOMEM DA LUTA ARMADA

José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, discutiu nesta quinta-feira um plano de ação contra os black blocs com os secretários de Segurança de São Paulo e Rio de Janeiro. Deixo Cardozo para depois. Quero começar com Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, segundo homem mais importante do PT, espião de Lula no governo Dilma e, como é mesmo?, “interlocutor dos movimentos sociais”. Isso quer dizer o seguinte, na prática: boa parte dos grupos que saem por aí praticando violência — sem-terra, índios, sem-teto e assemelhados — são “chapas”, como se dizia no meu tempo, de Gilberto Carvalho. São seus interlocutores. Talvez os black blocs ainda não. Mas serão em breve se tudo sair como ele deu a entender. Gilberto Carvalho se disse preocupado com a violência, mas afirmou que não basta “criminalizar a juventude”, como se existisse esse sujeito por trás da bandidagem praticada por mascarados; como se a “juventude” fosse uma categoria que pode se exprimir assim ou assado — inclusive quebrando tudo. Decidiu levantar uma hipótese: “Precisamos entender até que ponto a cultura de violência já vivida na periferia já emigrou para esse tipo de ação”.

Lá vou eu ser chamado de “rottweiler” por dar às coisas o nome que elas têm. A hipótese de Gilberto Carvalho é pura expressão de delinquência intelectual — e os descontentes que busquem no dicionário o sentido das palavras. A esmagadora maioria das pessoas detidas em atos violentos contra o patrimônio público ou privado não é composta de pobres. O Movimento Passe Livre tentou armar uma bagunça no Capão Redondo, bairro da periferia de São Paulo. Não apareceu ninguém. Os que lá estavam eram, vamos dizer assim, turistas. Pobre tem de trabalhar e não gosta que depredem patrimônio público porque sabe que ele próprio será o prejudicado. Os atos de violência são praticados por endinheirados acostumados à impunidade. Ocorre que Gilberto Carvalho estava tentando tirar uma casquinha de um evento trágico acontecido em São Paulo. Um jovem de 17 anos foi morto durante uma ação policial. Tudo aponta para um disparo acidental. Mas convém esperar a apuração. O fato é que o policial foi imediatamente preso, sem nenhuma condescendência. Leiam este trecho de reportagem de O Globo (em vermelho):
“Segundo Gilberto, a morte do adolescente Douglas Martins Rodrigues, com um tiro de um policial militar de São Paulo, que provocou violentos protestos, mostra o preconceito contra os jovens de periferia. O ministro disse que, nos treinamentos de policiais, o branco sempre é tratado como vítima e o negro como traficante".
Volto
Lá vou eu de roittweiler: é uma fala asquerosa, que repete tuítes igualmente asquerosos postados perla assessoria de marketing da presidente Dilma: Douglas era branco, não negro. Na rede social, o perfil da presidente escreveu coisas como:
“Foi com tristeza que soube da morte do jovem Douglas Rodrigues, de apenas 17 anos, na zona Norte de SP”“Nessa hora de dor, presto minha solidariedade a sua família e amigos” “Assim como Douglas, milhares de outros jovens negros da periferia são vitimas cotidianas”. “A violência contra a periferia é a manifestação mais forte da desigualdade no Brasil”.
Vergonha!
É claro que o episódio é lamentável, é trágico. Ocorre que 50 mil pessoas são assassinadas por ano no Brasil — uma média de 137 por dia. É um carnificina! Qual é a política pública implementada por esta senhora para coibir ou minimizar a violência? Que se saiba, até agora, nenhuma! Onde está, por exemplo, o seu programa de combate ao crack? Em São Paulo, o seu partido fechou leitos de internação para viciados. O seu governo patrocinou em Brasília um evento em favor da descriminação de todas as drogas. A sua marca estava lá. Poderia, sim, ter se solidarizado com a família de Douglas, mas estava, como Gilberto Carvalho, apenas fazendo uma vil exploração de cadáver, segundo o manual do marketing político petista, que investe permanentemente na divisão da sociedade brasileira em classes, em raças (na verdade, cor da pele), em partidos, em gênero… Ao afirmar que se trata de uma violência do “poder” contra a “periferia” e ao afirmar que o jovem morto era “negro”, as duas autoridades exacerbam conflitos em vez de procurar resolvê-los. Observem como a fala de Gilberto Carvalho mistura realidades absolutamente diversas. Ainda que a morte de Douglas fosse — há de se apurar — expressão de uma suposta violência sistemática da PM contra a periferia, o que isso tem a ver com os black blocs? O rapaz que teve a prisão preventiva decretada pela agressão covarde a um coronel da PM é estudante de Relações Internacionais. Tirem as máscaras desses bandidos para ver… Do povo, eles não têm nem a mochila nem os tênis importados.
É de hoje?
Mas esse é Gilberto Carvalho. Não é de hoje que este senhor se comporta como uma espécie de urubu político do que ocorre em São Paulo, Estado governado por um partido de oposição. Ora, lembremo-nos do confronto do Pinheirinho. Se você clicar clicar aqui , lerá um post em que demonstro como Paulo Maldos, braço-direito de Gilberto Carvalho, se envolveu naquele episódio — o mesmo Maldos que está metido até o pescoço na radicalização das invasões de terra promovidas por índios. Há coincidências que coincidências não são, mas emblemas de uma era, evidências do espírito do tempo. No dia 6 de junho passado (A DATA É IMPORTANTE), publiquei aqui um  post com este título:
título luta armada
Não tinha nada a ver com black blocs. É que a Justiça havia mandado suspender a reintegração de posse da fazenda Buritis, em Mato Grosso do Sul. A Polícia Federal fora lá para cumprir o mandado e foi recebida a bala. Gilberto Carvalho, em conversa então com lideranças indígenas, afirmou que a presidente tinha determinado que a ordem não fosse cumprida. Isto mesmo: o ministro afirmou que a presidente mandou descumprir uma decisão judicial. FOI NO DIA 6 DE JUNHO QUE O MOVIMENTO PASSE LIVRE ARMOU A PRIMEIRA BAGUNÇA VIOLENTA EM SÃO PAULO. Quando o governo de São Paulo e a Prefeitura da capital tentaram retomar a área da Cracolância, contaram, claro!, com a oposição de Gilberto Carvalho. Durante os duros enfrentamentos com os baderneiros, nas jornadas de junho, lá estava Gilberto Carvalho para, a exemplo do que faz agora, passar a mão na cabeça de vândalos e demonizar a polícia. Mas ninguém teve a notícia de que Dilma ou seu secretário-geral tenham se solidarizado com o coronel Reynaldo Rossi, que só não foi morto por um bando de trogloditas porque estes foram contidos por um policial de arma em punho. É com esses patriotas que Gilberto Carvalho quer conversar. De algum modo, de sua fala, depreende-se que a culpa original é da Polícia de São Paulo. Embora Dilma tenha pertencido à VAR-Palmares, Gilberto Carvalho é hoje o ponto mais próximo deste governo com a luta armada. Não, meus caros! Não é mais aquele confronto nos moldes imaginados, ambicionados e realizados pelos socialistas d’antanho. Trata-se apenas do confronto de todos contra todos que é sempre útil à causa petista. De resto, notem: durante algum tempo, com efeito, as manifestações chegaram a ter um caráter quase popular e mobilizaram pessoas que, de fato, estavam descontentes com o governo e com os serviços vergonhosos oferecidos pelo Estado, a despeito de este País ter uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Isso, sim, chegou a preocupar o PT. Quando Gilberto Carvalho naturaliza os black blocs e faz deles, na prática, interlocutores, tem uma garantia razoável de que o homem comum e os pobres em geral ficarão longe das ruas. A Gilberto Carvalho e a seu partido interessa que essa canalha troglodita (peço desculpas àquela senhora pelo rosnado…) monopolize os protestos. Enquanto a rua pertencer aos vândalos, a população fica em casa, trancada. Por Reinaldo Azevedo

ATIVISTA BRASILEIRA DO GREENPEACE É OFICIALMENTE ACUSADA DE CRIME DE VANDALISMO NA RUSSIA

A brasileira Ana Paula Maciel, 31 anos, ativista do Greenpeace, foi oficialmente comunicada nesta quinta-feira pela Justiça russa da acusação de vandalismo pelos atos de protesto dos quais participou em uma plataforma petrolífera no país. A ativista está detida na Rússia há cerca de dois meses. Na semana passada, a Justiça da Rússia informou que as acusações aos ativistas seriam amenizadas - de pirataria para vandalismo. O ato, porém, não havia sido oficializado. Os 30 ativistas envolvidos estão sendo convocados, um a um, para serem comunicados sobre a nova acusação. De acordo com a legislação da Rússia, a alteração significa redução das penas que poderão ser aplicadas, se eles forem condenados. No caso de vandalismo, a pena pode chegar a sete anos de reclusão. Se fossem acusados e condenados por pirataria, poderiam pegar até 15 anos de prisão. O Greenpeace, que tem participado da defesa dos ativistas, rechaçou as novas acusações e informou que irá recorrer. Segundo a organização, a oficialização da acusação de vandalismo não retira automaticamente a acusação de pirataria. Espera-se que, em breve, a Justiça russa oficialize, também, a retirada dessa acusação. Na semana passada, o pedido de fiança de Ana Paula Maciel, assim como dos outros detidos, foi negado pela Justiça do país. Os ativistas do Greenpeace foram detidos no Ártico quando faziam um protesto em um barco de bandeira holandesa, em águas internacionais, com tentativa de invasão de plataforma marítima de empresa petrolífera russa. Todos os participantes do movimento tiveram prisão preventiva decretada até 24 de novembro. Quando o prazo expirar, nova prisão preventiva poderá ser decretada, os detidos poderão ser soltos para responder o processo em liberdade ou o caso poderá ser julgado até a data.

EMPREGO NA CONSTRUÇÃO CIVIL CRESCE EM SETEMBRO, MAS SETOR AINDA ENFRENTA RETRAÇÃO NO ANO

Em setembro, o emprego na construção civil cresceu 1,03% em todo o País, na comparação com o mês anterior, com a abertura de mais de 36 mil vagas. O desempenho é 2,6 vezes superior ao que foi apresentado em setembro de 2012, quando o setor registrou 13,7 mil contratações. Entre janeiro e setembro deste ano, no entanto, 174,1 mil trabalhadores foram contratados em todo o País, ante 247,9 mil no mesmo período do ano passado, o que representa uma retração de 29,78%. “Isso mostra que o setor está desacelerando. Ainda é cedo para falar, mas com os números de setembro, pode ser que esteja ocorrendo a evolução desse ciclo, e um novo ciclo de aceleração esteja se reiniciando”, disse Ana Castelo, coordenadora de projetos da Fundação Getulio Vargas (FGV). O levantamento, feito em parceria com a FGV, foi divulgado nesta quinta-feira pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). Segundo Ana Castelo, o aumento considerável em setembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, deve-se principalmente ao fato de que a base de comparação foi muito baixa. “O setor de construção cresceu muito, em um ritmo muito forte, até 2011, com auge em 2010. Em 2012, o ritmo de crescimento do setor começou a desacelerar porque as obras orçadas e vendidas até 2010 começaram a ser entregues. Em 2012, principalmente no segundo semestre, o ritmo de contratação das empresas se reduziu bastante. Então, estamos comparando com uma base mais baixa”, explicou. Ao final de setembro, o setor empregava 3,547 milhões de trabalhadores com carteira assinada em todo o País. O número supera o recorde anterior, de setembro de 2012, com 3,525 milhões trabalhadores com carteira assinada. Em São Paulo, os trabalhadores do setor de construção com carteira assinada somavam 908,4 mil empregados em setembro, com a criação de 5.765 vagas.

TAXA DE MORTALIDADE POR AIDS CAI 71,1% EM SÃO PULO

Levantamento do Programa Estadual DST/Aids de São Paulo, divulgado nesta quinta-feira, mostra que em 2012 foram registrados 2.760 óbitos no Estado em decorrência da doença, o que representa uma taxa de mortalidade de 6,6 por 100 mil habitantes. O resultado é 71,1% menor do que o registrado há 17 anos, em 1995, quando ocorreram 7.739 óbitos, e taxa de mortalidade de 22,9 casos por 100 mil habitantes. O sucesso do programa paulista se deve a uma estratégia específica feita no Estado e ao programa nacional, que determina, por lei, o acesso universal a terapia antirretroviral, segundo avaliação da coordenadora do Programa Estadual DST/Aids de São Paulo, Rosa Alencar. “Além dos medicamentos distribuídos gratuitamente ao longo dos anos, uma das explicações do sucesso, a diferença que o programa tem, quando comparado com outros Estados, é a estruturação de uma rede de serviços especializados”, destacou. De acordo com a coordenadora, são 200 serviços de assistência especializada para tratamento das pessoas vivendo com HIV, em 145 municípios paulistas. Nos centros, além de médicos infectologistas e especialistas, há psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e outros profissionais que apóiam o tratamento. Os primeiros casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) no Brasil surgiram no início da década de 80, em São Paulo. Hoje, os grupos mais afetados pela doença são jovens, gays e travestis, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis e a população carcerária.

OS MAPAS DA VINGANÇA - COMPROVADO! HADDAD ENFIOU A FACA NO IPTU NOS BAIRROS EM QUE PERDEU A ELEIÇÃO. VEJAM,,,

Não deixa de ser engraçado quando o óbvio se encarrega de gritar: “Olhem como sou óbvio!”. No dia 25, escrevi aqui um post sobre o aumento do IPTU em São Paulo cujo título era este:

título IPTU
Como de hábito, a patrulha petralha partiu pra porrada. Sabem como é… Essa gente mansa não suporta quando um rottweiler furioso como eu ataca com graves agressões, como a que se lê acima… E até leitores sensatos achavam que eu estava exagerando.
Pois bem. Vejam o mapa de São Paulo com a distribuição dos votos na eleição de 2012. Nas áreas azuis, venceu o tucano José Serra. Nas vermelhas, o petista Fernando Haddad.
Votação eleição 2012
Agora vejam o mapa com o aumento do IPTU. Observem quem venceu nas páreas que vão pagar um aumento maior. E notem quem foi o vitorioso naquelas em que pode haver ate redução de imposto.
Mapa do IPTU
É o mapa da vingança
Trata-se do “Mapa da Vingança”. Os petistas chegaram agora à fase de punir:
- quem não vota como deve;
- quem não escreve o que deve;
- quem não fala na televisão o que deve…
“Ah, mas a Prefeitura obedeceu a um critério, que foi o da valorização de mercado…” É mesmo? Quer dizer que, nas áreas em que vai haver redução de IPTU, houve uma queda no preço dos imóveis? Ora… Não adianta! O norte conceitual da “esquerda caviar” petista, como diz Rodrigo Constantino, é mesmo é o arranca-rabo de classes. Longe de integrar a cidade, como promete, o que o PT quer é, cada vez mais, se consolidar na tal “periferia vermelha” e aumentar o valo, ciente de que não vencerá tão cedo a eleição nas áreas consideradas hoje hostis. Tem gente que ainda não entendeu a coisa. É claro que o IPTU é mais alto nos bairros que concentram os imóveis mais caros. Ninguém questiona isso. O que interessa é o percentual aplicado. A medida, é evidente, joga os pobres ainda mais para a periferia. Morar na região central e adjacências se tornou mais caro. Como é sabido, o reajuste impacta também os aluguéis. Os locatários é que costumam pagar o IPTU. Por Reinaldo Azevedo

GERDAU TEM LUCRO ACIMA DO ESPERADO

A Gerdau, maior produtora de aços longos das Américas, teve lucro acima do esperado no terceiro trimestre, em um desempenho impulsionado por maiores vendas e preços de aço no Brasil, mas contido por fraqueza nas operações nos Estados Unidos. A companhia registrou lucro líquido de 642 milhões de reais, crescimento de 57% sobre o resultado positivo obtido um ano antes. O desempenho veio acima da estimativa média de analistas apurada pela Reuters, de 546,5 milhões de reais. As operações brasileiras da Gerdau tiveram crescimento de 42% na geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), com a margem passando de 19,4% um ano antes para 24,6%. Já as operações na América do Norte sofreram queda de 37% no Ebitda e recuo de margem de 6% para 3,7%. Segundo a Gerdau, enquanto no Brasil a empresa vendeu mais aço e a preços maiores, na América do Norte houve queda de 9% no volume vendido e crescimento de 3% nos custos das vendas. Também ajudaram no desempenho do grupo as operações na América Latina e de Aços Especiais, voltados ao setor automotivo. A primeira reverteu Ebitda negativo com resultado positivo em 131 milhões de reais e margem de 9,2%. Já a segunda elevou a geração de caixa em 17% no período, mantendo a margem em 13,3%. No geral, a receita líquida da Gerdau cresceu 7% no terceiro trimestre sobre um ano antes, para 10,49 bilhões de reais, enquanto o custo das vendas avançou 4%, a 8,96 bilhões. A companhia encerrou setembro com dívida líquida 11,94 bilhões de reais, ligeiro avanço sobre os 11,6 bilhões de um ano antes, mas abaixo dos 12,3 bilhões do segundo trimestre. A relação dívida líquida sobre Ebitda passou de 2,7 vezes em setembro para 2,8 vezes ao final do mês passado. A empresa investiu 715 milhões de reais no terceiro trimestre, elevando o montante no ano para 1,9 bilhão. No período a empresa iniciou operação de laminador de bobinas a quente na usina de Ouro Branco (MG), com capacidade de 800 mil toneladas anuais e que marca a entrada da empresa nos segmento de aços planos no Brasil.

LUCRO DA EMBRAER CAI 10% NO TERCEIRO TRIMESTRE

A fabricante de aviões Embraer encerrou o terceiro trimestre com queda de 10% em seu lucro líquido, de 118,7 milhões de reais, na comparação com igual período de 2012. Em dólares, a empresa lucrou 52,9 milhões, abaixo da expectativa média de cinco analistas consultados pela Reuters, de 75 milhões de dólares. A fabricante destacou que o terceiro trimestre foi marcado pela menor entrega na aviação comercial e pela mudança no mix de produtos, que "levou a uma menor alavancagem operacional e, consequentemente, queda na margem bruta e no resultado operacional (Ebit)". Entre julho e setembro, a Embraer entregou 19 aviões comerciais e 25 executivos, ante 27 unidades comerciais e treze executivas entre julho e setembro de 2012. O total de entregas subiu de 40 para 44 aviões na mesma base de comparação, o que, segundo a Embraer, resultou em alta de 3,5% na receita líquida, para 2,943 bilhões de reais. A meta de entregas da Embraer para este ano é de 90 a 95 jatos comerciais, 80 a 90 jatos executivos leves e 25 a 30 aviões executivos maiores. O total de entregas da Embraer no ano está em 124 aeronaves, sendo 58 comerciais e 66 executivas.

EDITAL DO LEILÃO DE GALEÃO E DE CONFINS MUDA NOVAMENTE

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mudou novamente algumas regras no edital do leilão de concessão dos aeroportos internacionais do Galeão (RJ) e de Confins (MG). Foi a terceira alteração feita no documento, em itens relacionados no "Manual de Procedimentos" do leilão, marcado para 22 de novembro na BM&FBovespa, em São Paulo. As novas alterações abrangem normas sobre a forma de apresentação de documentos pelas empresas concorrentes e a garantia das propostas. Quanto a este último item, por exemplo, o novo texto diz que, "se necessário, a proponente deverá prorrogar o prazo da garantia de proposta 15 dias antes do seu vencimento" e não mais "15 dias úteis", como constava da redação original. A íntegra da Decisão Anac 117, com as mudanças, está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira.

LÍDERES DA ORGANIZAÇÃO COMUNISTA GENOCIDA KHMER VERMELHO NEGAM ACUSAÇÕES EM TRIBUNAL

Os últimos dois líderes sobreviventes do regime assassino, genocida, do Khmer Vermelho no Camboja, julgados por genocídio e outros crimes de guerra, divulgaram sua defesa final nesta quinta-feira, tentando se distancir das mortes de mais de 1,7 milhão de pessoas que perderam a vida durante seu governo. O ex-chefe de Estado, Khieu Samphan, de 87 anos, e Nuon Chea, de 82 anos, que foi o principal ideólogo do grupo e 2º na liderança, fizeram longas explanações durante as declarações finais do tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) na capital cambojana, Phnom Penh. O veredicto não deve sair até a primeira metade de 2014, mais de dois anos após o início do julgamento. Pouco depois de tomar Phnom Penh, em abril de 1975, o Khmer Vermelho expulsou cerca de 1 milhão de pessoas - dentre elas até mesmo pacientes hospitalares - da capital e as encaminhou para o campo numa tentativa de criar uma utopia agrária comunista. Quando o experimento terminou, em 1979, com uma invasão vietnamita, cerca de 2 milhões de pessoas estavam mortas, a maioria por fome, negligência médica, trabalho em condições análogas à escravidão e execuções. Seus corpos foram enterrados em rasas valas comuns que ainda pontuam o país. "É fácil dizer que eu deveria saber de tudo, entender tudo e, assim, ter intervindo ou corrigido a situação a tempo", disse Khieu Samphan, de forma desafiadora, ao tribunal. "Vocês realmente acham que aquilo era o que eu queria para o meu povo?", perguntou: "A verdade é que eu não tinha qualquer poder". Nuon Chea também defendeu suas ações, dizendo que nunca ordenou aos quadros do Khmer Vermelho que "destratassem ou matassem pessoas, as privassem de comida ou que cometessem genocídio". Ao contrário de Khieu Samphan, porém, Nuon Chea aceitou a "responsabilidade moral" pelas mortes, repetindo seus esforços anteriores para se distanciar dos crimes. "Eu gostaria de sinceramente pedir desculpas ao público, às vítimas, às famílias e ao povo cambojano", disse o frágil ex-líder, falando constantemente enquanto lia suas notas. "Eu quero demonstrar meu remorso e rezar pelas almas perdias" durante o governo do Khmer Vermelho. As palavras de Nuon Chea não devem levar qualquer consolo para os sobreviventes, centenas dos quais lotavam o tribunal e as áreas próximas. "Ele está apenas tentando enganar o tribunal para que possa ser libertado", disse Bin Siv Lang, de 56 anos, que perdeu 11 parentes durante o governo do Khmer Vermelho: "Se ele não tivesse emitido ordens para matar as pessoas, seus subordinados não teriam feito o que fizeram". Outros réus do caso morreram ou não têm capacidade física para enfrentar o julgamento. O ministro de Relações Exteriores do Khmer Vermelho, Ieng Sary, morreu em março e seu mulher, Ieng Thirith, a ministra de Assuntos Sociais do regime, foi declarada em setembro de 2012 fisicamente incapaz de participar do julgamento, após ter sido diagnosticada com demência. O principal líder do grupo, Pol Pot, morreu em 1998. O tribunal, iniciado em 2006, só condenou um réu até agora, o diretor prisional Kaing Guek Eav, que foi sentenciado à prisão perpétua em 2011.

POLÍCIA FEDERAL FAZ PARALISAÇÃO DE 24 HORAS

Policiais federais de todo o Brasil fazem uma paralisação de 24 horas nesta quinta-feira, pela definição de um plano de carreira e aumento de salários. O atendimento à população continua sendo prestado normalmente. Com a campanha "A bruxa está solta na PF", em referência ao "Dia das Bruxas", neste 31 de outubro, a categoria pede a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51 que, entre outras atribuições, reestrutura o modelo de segurança pública do País. No Rio de Janeiro, cerca de 200 agentes aderiram à paralisação. Por volta do meio-dia, aproximadamente 100 policiais vestidos com chapéu de bruxa estavam concentrados em frente à sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, centro da cidade. O presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro, André Vaz de Mello, afirmou que a categoria mantinha negociações com o ministro da Justiça, o "porquinho" petista José Eduardo Cardozo: "Negociamos melhores condições de trabalho há quatro anos. Hoje, temos o menor índice de reajuste salarial e um dos menores salários entre os servidores federais do Executivo". A categoria reivindica também a definição da lei de atribuições dos cargos e o aumento do efetivo, que atualmente é de cerca de 12 mil policiais. "Nosso efetivo é menor do que o da Polícia Civil do Estado Rio de Janeiro, que tem 16 mil agentes", disse Mello. Os grevistas pedem ainda mais amparo psicológico, para que haja redução dos índices de suicídios (média de três a quatro por ano). O presidente do sindicato relatou também que, desde que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daelo, assumiu o cargo, em 2011, os suicídios chegam a 12 por ano. No próximo dia 5, os policiais do Rio de Janeiro farão uma passeata da Praça Mauá até a Cinelândia, no centro.

AÉCIO NEVES DIZ QUE LULA DEVE "PARAR DE BRIGAR COM A HISTÓRIA"

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), rebateu nesta quinta-feira as declarações do ex-presidente Lula de que no governo de Fernando Henrique Cardoso o País teria quebrado e criado um ambiente de insegurança para os brasileiros. "O presidente Lula tem que parar de brigar com a história. Se não houvesse o governo do Fernando Henrique, com a estabilidade econômica, com a modernização da economia, não teria havido sequer o governo do presidente Lula", afirmou Aécio Neves, que participou nesta quinta-feira de um evento do PSDB do Distrito Federal. Após evento em comemoração aos dez anos do Bolsa Família, na quarta-feira, em Brasília, Lula disse a jornalistas que tinha herdado de Fernando Henrique Cardoso um País muito "inseguro " e com nenhuma estabilidade na área econômica. Para o senador Aécio Neves, potencial candidato à Presidência da República em 2014, as reações de Lula demonstram falta de serenidade. "Essas últimas aparições e falas do presidente Lula não são de quem está sereno, de quem está confiante. Não há como brigar com a realidade", afirmou. Em tom irônico, o tucano considerou ainda que entre as virtudes do ex-presidente Lula estava a de dar continuidade nos programas sociais criados na gestão de Fernando Henrique Cardoso e na área econômica. "O presidente Lula teve duas importantes virtudes no seu governo, quando ele dá sequência e amplia os programas sociais e quando, contrariando o discurso de sua campanha, mantém a política macroeconômica do governo anterior, aquilo que nós chamamos de tripé macroeconômico", disse. "Portanto é uma bobagem. Ele esqueceu o que vem antes dele. Acho que é uma demonstração de fragilidade e de grande incoerência", acrescentou. Em um segundo momento, Aécio Neves também focou suas críticas à presidente Dilma Rousseff. Para Aécio Neves, a presidente fez um ato de campanha ao realizar o evento dos dez anos do Bolsa Família. "A presidente não tem uma agenda de presidente, tem uma agenda de candidata. Os brasileiros pagaram, porque foi feito com dinheiro público, um ato de campanha eleitoral. Nada havia ali de governo, mas ao custo do governo", afirmou. Para o tucano, os atos realizados pela presidente também demonstram "ansiedade" por parte do PT em relação à campanha presidencial de 2014. "Vejo o PT hoje muito ansioso e aflito duvidando das condições da presidente da República, que acho que não são boas. Se alguém tem hoje efetivamente um conflito interno é o PT", disse o senador.

LULA, O BOLSA FAMÍLIA, OS DETALHES DE UMA FARSA E UMA FALHA ESCANDALOSA DA IMPRENSA

Já expus a questão aqui algumas vezes. Mas que se volte ao ponto, ué, se isso se mostra necessário. O governo Dilma promoveu nesta quarta uma cerimônia de comemoração dos 10 anos do “Bolsa Família”. Em si, já se trata de uma fraude. As práticas reunidas sob a rubrica “Bolsa Família” estavam em curso no governo FHC. O que o petismo fez foi reuni-las, o que, no caso, foi uma boa medida. Mas não criou nada. O convidado de honra do evento foi Lula. Falou, como de hábito, pelos cotovelos. Disse que são preconceituosos os que afirmam que os pobres recorrem ao Bolsa Família porque não querem trabalhar. Mas esperem aí: quem acha? Quase ninguém, que se saiba!

Afirmou o ex-presidente:“O que essa crítica denota é uma visão extremamente preconceituosa no nosso país. Significa dizer que a pessoa é pobre por indolência, e não porque nunca teve uma chance real em nossa sociedade. É tentar transmitir para o pobre a responsabilidade pelo abismo social criado pelos que sempre estiveram no poder em nosso país”.
Que coisa! Já demonstrei aqui dezenas de vezes que o primeiro a dizer que os programas de bolsas deixavam os pobres vagabundos foi Lula. E o fez de maneira explícita, arreganhada. No vídeo abaixo, ele aparece em dois momentos: exaltando o Bolsa Família, já presidente da República, e no ano 2000, quando chamava os programas de assistência direta (como o Bolsa Família) de esmola. Vejam.
Pobre vagabundoMas foi bem mais explícito. Nos primeiros meses como presidente, Lula era contra os programas de bolsa que herdou de FHC. Ele queria era assistencialismo na veia mesmo, distribuir comida, com o seu programa “Fome Zero”, uma ideia publicitária de Duda Mendonça, que ele transformou em diretriz de governo. Deu errado. O Fome Zero nunca chegou a existir.
Já demonstrei isso aqui. No dia 9 de abril de 2003, com o Fome Zero empacado, Lula fez um discurso no semiárido nordestino, na presença de Ciro Gomes, em que disse com todas as letras que acreditava que os programas que geraram o Bolsa Família levavam os assistidos à vagabundagem. Querem ler? Pois não!
Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.
Notaram a verdade de suas palavras? A convicção profunda? Então…
No dia 27 de fevereiro de 2003, Lula já tinha mudado o nome do programa Bolsa Renda, que dava R$ 60 ao assistido, para “Cartão Alimentação”. Vocês devem se lembrar da confusão que o assunto gerou: o cartão serviria só para comprar alimentos?; seria permitido ou não comprar cachaça com ele?; o beneficiado teria de retirar tudo em espécie ou poderia pegar o dinheiro e fazer o que bem entendesse?
A questão se arrastou por meses. O tal programa Fome Zero, coitado!, não saía do papel. Capa de uma edição da revista Primeira Leitura da época: “O Fome Zero não existe”. A imprensa petista chiou pra chuchu.
No dia 20 de outubro, aquele mesmo Lula que acreditava que os programas de renda do governo FHC geravam vagabundos, que não queriam mais plantar macaxeira, fez o quê? Editou uma Medida Provisória e criou o Bolsa Família? E o que era o Bolsa Família? A reunião de todos os programas que ele atacara em um só. Assaltava o cofre dos programas alheios, afirmando ter descoberto a pólvora. O texto da MP não deixa a menor dúvida:
(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação – “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA,criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.
Compreenderam? Bastaram sete meses para que o programa que impedia o trabalhador de fazer a sua rocinha virasse a salvação da lavoura de Lula. E os assistidos passariam a receber dinheiro vivo. Contrapartidas: que as crianças frequentassem a escola, como já exigia o Bolsa Escola, e que fossem vacinadas, como já exigia o Bolsa Alimentação, que cobrava também que as gestantes fizessem o pré-natal! Esse programa era do Ministério da Saúde e foi implementado por Serra.
E qual passou a ser, então, o discurso de Lula?
Ora, ele passou a atacar aqueles que diziam que programas de renda acomodavam os plantadores de macaxeira, tornando-os vagabundos, como se aquele não fosse rigorosamente o seu próprio discurso, conforme se vê no vídeo.
A imprensa
Notem: o que vai acima não é uma invenção minha. Lula efetivamente achava que políticas assistenciais viciavam os pobres e corrompiam suas respectivas consciências. Lula efetivamente achava que os programas que resultaram no Bolsa Família desestimulavam a plantação de macaxeira… Se alguém achava que um assistido pelo benefício se tornava vagabundo, esse alguém era… Lula!
Não obstante, ele é convidado para o aniversário do programa, faz proselitismo da pior espécie e é poupado de seu próprio passado e de suas próprias palavras. Por Reinaldo Azevedo

TUDO GRANDE - EMPRESA DO EX-HOMEM MAIS RICO DO BRASIL FAZ O MAIOR PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA: R$ 11,2 BILHÕES

A endividada petroleira OGX, do empresário Eike Batista, entrou nesta quarta-feira com o maior pedido de recuperação judicial da história corporativa da América Latina, num passo que já era esperado para tentar evitar a falência. O pedido de recuperação – feito na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro – tornou-se a única alternativa para a companhia depois que fracassaram as negociações com detentores de 3,6 bilhões de dólares em bônus no exterior para uma reestruturação da dívida. A companhia declarou dívida consolidada de 11,2 bilhões de reais no pedido de recuperação judicial e disse que não tem qualquer endividamento bancário nem créditos com garantias reais, segundo documento obtido pela agência Reuters. Se o tribunal de falências aprovar o pedido, a OGX terá 60 dias para apresentar um plano de reestruturação da companhia. “Acreditamos que (o pedido) seja deferido pelo juiz e que seja proveitoso para credores, acionistas e para o país. A OGX possui ativos para viabilizar sua recuperação”, afirmou o advogado Marcio Costa, do escritório de advocacia Sergio Bermudes, que participa do processo. Para os advogados da empresa, a recuperação judicial evita um “cenário indesejável de falência”, que implicaria em caducidade de concessões de exploração de áreas de petróleo e perda integral de valores investidos, segundo a petição na Justiça. Os credores da OGX – que incluem a Pacific Investment Management Co (Pimco), que administra o maior fundo de títulos do mundo, com sede na Califórnia, e o fundo de investimento norte-americano BlackRock Inc, entre outros – terão então 30 dias para aprovar ou rejeitar o plano. O pedido de recuperação da OGX marca mais um capítulo no desmantelamento do que já foi um império industrial, com ativos de energia, mineração e infraestrutura, entre outros, do grupo “X”. O fracasso da campanha exploratória da OGX, antes considerada o ativo mais precioso do Grupo EBX, contaminou as outras empresas de Eike.

Quase no vermelho
A OGX estima precisar de 250 milhões de dólares no curto prazo e ficará sem recursos na última semana de dezembro se não conseguir levantar dinheiro novo, conforme informações do plano de reestruturação aos detentores de bônus que fracassou. A empresa tinha 82 milhões de dólares no fim de setembro e seus assessores financeiros na negociação com os credores externos – Blackstone e Lazard – estimam desembolsos de 89 milhões de dólares até o fim do ano apenas para fornecedores, considerando somente pagamentos críticos a prestadores de serviço no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos. Em Tubarão Martelo, a petroleira quer começar a produzir em meados de novembro, a fim de gerar receita para atenuar sua situação. O valor atribuído à toda OGX, de acordo com o plano apresentado aos credores dias atrás, é de 2,7 bilhões de dólares – composto principalmente pelos campos de Tubarão Martelo (1,4 bilhão de dólares) e Atlanta (1,1 bilhão de dólares), este último situado no BS-4. No pedido de recuperação judicial, os advogados da OGX apontam para uma receita potencial de 17,2 bilhões de dólares com as explorações dos campos de Tubarão Martelo e BS-4 durante a vida útil das áreas e com base nas reservas prováveis de óleo. A OGX estima ter perdido 3,6 bilhões de reais com o fracasso na exploração das áreas de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Tigre e Tubarão Gato, de acordo com a petição. O pedido de recuperação judicial da OGX pode ter implicações sobre o destino da empresa-irmã, a construtora naval OSX, que foi criada para fornecer plataformas de exploração à petroleira. A recuperação envolve quatro sociedades: OGX Petróleo e Gás Participações (listada na Bovespa), OGX Petróleo e Gás S.A., OGX International e OGX Austria GMBH.

HADDAD DEU CARGO A AUDITOR PRESO POR CORRUPÇÃO

O auditor tributário Ronilson Bezerra Rodrigues, preso nesta quarta-feira sob acusação de integrar um esquema de desvio de até 500 milhões de reais na prefeitura de São Paulo, foi nomeado em fevereiro deste ano para comandar a diretoria administrativa e financeira da São Paulo Transporte (SPTrans), empresa que gerencia o sistema de ônibus na capital paulista. Rodrigues foi subsecretário de Receita Municipal na gestão Gilberto Kassab (PSD) e foi investigado pela então Corregedoria-Geral do Município, que recebeu uma denúncia anônima de que ele operava um esquema de fraudes na cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS). Na atual gestão, também foi alvo das investigações da nova Controladoria-Geral do Município, que suspeitou de sua evolução patrimonial. Procurada, a Prefeitura de São Paulo, em nota oficial, confirma que Rodrigues foi ouvido pelo ex-corregedor Edilson Bonfim sobre as acusação e afirma que “o servidor foi nomeado para cargo na SPTrans no início de 2013, antes da realização da análise patrimonial e da suspeita de enriquecimento ilícito. A partir de março, com o início da operação conjunta MP-CGM, o funcionário passou a ser monitorado e ficou decidido que sua exoneração, naquele momento, poderia ‘alertar’ o suspeito a respeito da investigação ou modificar a conduta dele ou da quadrilha. Sua saída do cargo em 2 de junho foi articulada de forma a evitar vazamento interno ou externo da investigação". Exonerado do cargo ao término da administração Kassab, Rodrigues ficou na SPTrans durante a gestão Haddad de fevereiro a junho deste ano. Ele é servidor de carreira da prefeitura, lotado na pasta de Finanças, e só pode ser demitido após processo disciplinar. Ex-secretário de Finanças de Kassab, Mauro Ricardo Costa afirmou que Ronilson Rodrigues foi exonerado do cargo de subsecretário por “insubordinação”. “Ele passou a faltar nas reuniões, deixou de cumprir ordens nossas”, disse Costa. “Eu o chamei para conversar e ele me disse que não confiava mais na nossa gestão porque estávamos desconfiando dele, porque ele estava sendo investigado. Disse que estava revoltado". A gestão Haddad afirma que a investigação sobre a evolução patrimonial de Rodrigues e outros três servidores começou há cerca de sete meses. O controlador-geral da cidade, Mário Spinelli, porém, admitiu nesta tarde que tinha conhecimento do interrogatório do auditor no ano passado. O Ministério Público disse ter sido acionado apenas neste ano.

Fraudes
O esquema de desvio de verbas operado por quatro servidores da Secretaria Municipal de Finanças de São Paulo na gestão Kassab concedia descontos de até 50% no pagamento do Imposto Sobre Serviços (ISS) a empreiteiras. De acordo com a investigação do Ministério Público, os servidores presos montaram também empresas de fachada para receber propina. A fraude consistia em cobrar das companhias do ramo imobiliário um valor “ínfimo” na guia do ISS e emitir para as imobiliárias o certificado de pagamento da taxa, documento necessário para obtenção do “Habite-se”. Assim, além de conseguir o alvará para ocupação dos imóveis construídos, as construtoras pagavam somente a metade do que deveria. O restante era depositado na conta das empresas fantasmas, de titularidade dos auditores fiscais de carreira na prefeitura.

LULA, O REI DE BANÂNIA, RESOLVE PATRULHAR SHEHERAZADE

Vejam um vídeo com um comentário da jornalista Rachel Sheherazade, do SBT. Volto em seguida.

Na terça-feira, o ex-presidente Lula almoçou com a bancada do PTB. Com aquele seu estilo muito característico, disse que vai reeleger Dilma em 2014. O homem toma o lugar do eleitorado sem nenhuma cerimônia. E avisou que está se preparando para 2018 se for preciso. Em novo almoço nesta quarta, no Senado, embora em certo tom de pilhéria, repetiu que se apresentará, sim, daqui a cinco anos caso encham o seu saco. Que se entenda: para “encher o saco” do Apedeuta, basta existir alguém que lhe faça oposição. Mas voltemos àquele encontro com o PTB. A parte mais significativa foi outra.
Segundo informou Lauro Jardim no “Radar”, Lula fez outras considerações. Transcrevo em vermelho:Na conversa, dedicou-se também a um dos seus esportes favoritos, descer a borduna na imprensa, a qual chamou de despreparada e parcial em relação aos políticos. Contou que recentemente assistia TV e, ao zapear, parou no SBT. Sem dar nomes, diz que viu uma jornalista de “vinte e poucos anos” criticar pesadamente o governo e os políticos. Em sua avaliação, as críticas não tinham embasamento algum.
Retomo
Todo mundo entendeu. Lula só poderia estar se referindo a Rachel Sheherazade, âncora do SBT Brasil. Este senhor sabe que suas opiniões, diatribes e acusações acabam vazando. Não satisfeitos em manter com dinheiro público uma rede de difamação na Internet, parece que os petistas agora decidiram que é chegada a hora de apontar o dedo contra os profissionais. Sei bem do que estou falando, hehe…
Sheherazade não se ajoelha no altar do politicamente correto nem recita a cartilha do “partido” em seus comentários. É dona de suas opiniões. Não é uma legião que fala em seu lugar. E isso, definitivamente, a muitos parece insuportável.  O homem mais poderoso do Brasil — sim, é Lula — resolve se insurgir contra a âncora de um programa jornalístico. Trata-se de um absoluto despropósito. Mais um vídeo:
“Opiniões polêmicas”Aqui e ali, sites e blogs que reproduziram a nota de Lauro Jardim aproveitaram para classificar as opiniões de Sheherazade de “polêmicas”. Soubessem a origem da palavra, poderiam estar dizendo a verdade. Ocorre que se empresta à dita-cuja o sentido de “coisa exótica”, que está fora dos parâmetros, dos cânones ou do decoro.
E, nesse caso, não há nada de polêmico no que diz a jornalista. Ela só não segue a manada. Celerados invadem um laboratório de pesquisas para resgatar animais? Em vez de fazer média, ela diz na TV que isso é inaceitável. Baderneiros saem quebrando tudo por aí, ela afirma que assim não pode ser. O assunto é Bolsa Família? Ela pensa que um país cresce mesmo é com trabalho.
Afinal de contas, o que há de tão “polêmico” nisso? Parece que o seu pecado é se negar a endossar falsos consensos.
Absurdo!
As TVs, no Brasil, não é segredo pra ninguém, são, no geral, governistas — pouco importando o regime ou o governo. Há razões para ser assim, mas não entro nelas agora. As opiniões de Sheherazade, com a clareza com que as emite (e ninguém precisa gostar delas), são um das poucas exceções dentro da regra. E notem: não é que ela seja antigovernista. O que andei vendo na Internet revela apenas alguém que não pede licença a milicianos do politicamente correto.
Mas Lula já resolveu se comportar como uma espécie de dedo-duro. Espero que Sheherazade não se intimide e continue a dizer o que pensa. E torço para que o SBT não se deixe patrulhar por Lula. Encerro com mais um vídeo.
Por Reinaldo Azevedo