sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

ALCKMIN SANCIONA LEI QUE VETA ANIMAIS EM PESQUISAS PARA COSMÉTICOS. OU: A DEMOCRACIA E A VONTADE DAS MINORIAS

O governador Geraldo Alckmin sancionou a lei que proíbe em São Paulo o emprego de animais na chamada indústria de cosméticos, de perfumes e higiene íntima. Já escrevi a respeito anteontem. Estava na cara que seria essa a decisão do governador — ou o furor militante de meia dúzia de lunáticos o aguardava, com ampla repercussão na imprensa, onde os bichos, ultimamente, gozam de um status ligeiramente superior ao dos humanos.

A medida, tudo indica, é inócua. Que eu saiba, não há laboratórios em São Paulo que façam testes de cosméticos em animais. O Instituto Royal, por exemplo, não fazia. Assim, ao sancionar tal lei, talvez não se colha nenhum efeito prático. Havendo empresa assim, migrará para outro estado.
O ponto é outro. A aprovação da lei na Assembleia de São Paulo e sua sanção acabam, de algum modo, endossando a ação daqueles trogloditas que depredaram o Royal. Esse é seu aspecto negativo. Mais: uma lei como essa tem de ser federal, ora.
Fiquemos atentos ao espírito do tempo. Ultimamente, os que gritam mais e são mais organizados, mesmo que minoria, tendem a querer que as leis passem a abrigar seus conceitos e preconceitos. Um dos pilares da democracia é a proteção às minorias; mas não se conhece regime democrático governado por elas. Por Reinaldo Azevedo

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