terça-feira, 28 de janeiro de 2014

DEPUTADO FEDERAL ELISEU PADILHA RESPONDE A VIDEVERSUS

O deputado federal Eliseu Padilha (PMDB) contesta informação e crítica veiculada por Videversus, sobre sua destinação de recursos via emenda parlamentar para o chamado "Palacinho", um horrendo palacete construído na Avenida Cristóvão Colombo, onde a primeira dama do Estado do Rio Grande do Sul, a médica radiologista aposentada Sandra Genro quer dar vazão aos seus caprichos instalando um museu da fotografia. Eliseu Padilha enviou o seguinte e-mail: "Apresentei, sim, Emenda Parlamentar para o Palacinho, para o Exercício de 2014. Com a cabeça erguida e sem romper com os ideais que sempre defendi politicamente, apresentei uma Emenda Parlamentar no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), para a recuperação do Prédio do Palacinho, pertencente ao patrimônio do Estado do Rio Grande do Sul, logo que pertence ao povo gaúcho. Compreendo e relevo a todos aqueles que sectariamente não conseguem distinguir o interesse do Estado - de todos os gaúchos - do interesse dos governantes da ocasião, que, por óbvio, defendem os interesses dos partidos que o apóiam e de seu governo. Esta falta de distinção ampara a crítica e a incompreensão que possa surgir ante este minha decisão. Eu sei a razão desta minha decisão, terceiros podem, sob sua responsabilidade, a imaginar e até sobre ela escrever ou falar. Algumas justificativas de meu gesto: 1) Atendi à solicitação do responsável pela arrecadação de recursos para a recuperação do Palacinho, meu companheiro de partido EDUARDO KRAUSE, cidadão da mais alta qualificação e respeitabilidade, que preside a ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO PALACINHO há vários anos e que, para meu orgulho, é também o PRESIDENTE ESTADUAL DA FUNDAÇÃO ULYSSES GUIMARÃES; 2) A proposta de converter o Palacinho em espaço de arte, construída coletivamente, é de toda oportuna. Nosso Museu de Arte do Estado do Rio Grande do Sul não tem conseguido corresponder às demandas de nossos tempos e, menos ainda, do porvir; 3) A região da cidade de Porto Alegre onde se localiza o Palacinho é carente de equipamentos públicos vocacionados para a arte (Este foi um dos argumento do Dr. Krause quando solicitou-me tal valor; 4) O Rio Grande do Sul tem o privilégio de ter visto nascer em seu território muitos dos grandes fotógrafos brasileiros e não temos, em todo o Estado, um espaço em que possa ser reunida, de forma permanente, uma mostra da produção de nossos mestres na delicada arte da fotografia. (Outro argumento do Dr. Krause); 5)  Como assisti muitos Deputados, de vários partidos, comprometerem-se com a destinação de recursos para as obras do Palacinho e vi tão poucos confirmar sua promessa, registro que gostararia de ter mais recursos disponíveis entre as minhas emendas, pois destinaria valor ainda maior para tão nobre causa do interesse e propriedade de todo o povo gaúcho. Agradeço pela atenção. Eliseu Padilha". A nota do deputado federal Eliseu Padilha é rebatível ponto por ponto. Em primeiro lugar, o tom da nota torna claro que ele não gostou da crítica que lhe fiz, apontando sabujice no seu ato. O deputado federal não pode esconder de ninguém os monumentais esforços que faz para se aproximar do PT e se aproximar dos petistas. Ele é mais um daqueles políticos, assim como Alceu Collares, de memória muito curta com relação ao que os petistas diziam sobre eles. Para Collares eles cantavam, em frente ao Palácio Piratini, durante seu governo (as professoras petistas do Cpers): "Neusa, de cama em cama chegastes a primeira dama". Trata-se da mulher do ex-governador, que era Secretária Estadual de Educação. Quanto a Eliseu Padilha, era e ainda é chamado pelos petistas de "Eliseu Quadrilha". Isso diz tudo. Mas, o que diz mais a respeito de sua conduta política é a sua recusa em desempenhar o papel que o eleitorado gaúcho lhe atribuiu quando o elegeu. Esse papel era o de fazer oposição. Não por acaso, na eleição em que ficou como primeiro suplente da bancada federal do PMDB, o partido apoiou a candidatura de José Serra à presidência da República. Com os votos dos peemedebistas do Rio Grande do Sul, José Serra derrotou a petista Dilma Rousseff no Estado. Naturalmente, não foi com a vontade de Eliseu Padilha, porque ele se colocou contra a vontade dos peemdebistas gaúchos, e se colocou em campanha para Dilma Rousseff. Na política existe essa mania, os políticos acham que são donos dos votos dos eleitores, e que fazem com eles, e com os mandatos que conquistam, o que quiserem. E imaginam que ninguém tem memória, que ninguém acompanha seus atos, suas atitudes, seus votos, suas declarações, suas traições. Por isso surpreendem-se muito quando não são eleitos. Eliseu Padilha, muito magnânimo, diz relevar compreensivamente quem não sabe distinguir o interesse do Estado. Ora, mas como é "grandioso" este deputado federal Eliseu Padilha. Quem lhe disse que tem a capacidade de interpretar o desejo e o interesse dos gaúchos, tanto que apoiou Dilma Rousseff e não José Serra. Isto, sim, era o desejo dos peemedebistas gaúchos. Dinheiro do orçamento da União para o Palacinho é coisa exclusivamente de interesse do governador petista, de sua mulher, do PT e dos petistas. Então ele enumera as razões que, subsidiariamente, além de seu grande "interesse público" pelo caso, o levaram a dedicar dinheiro para o Palacinho: 1) o pedido de seu companheiro de partido Eduardo Krause, presidente da Associação de Amigos do Palacinho e da Fundação Ulysses Guimarães, com o que fica tudo explicado, o sujeito é comandado pelo próprio Eliseu Padilha, que é o todo-poderoso da Fundação Ulysses Guimarães no Brasil inteiro, não só no Rio Grande do Sul; 2 e 3) ele diz que converter o Palacinho em espaço de arte é providencial porque o Margs não corresponde às demandas e porque a área da cidade onde se localiza é carente de "equipamentos públicos vocacionados para a arte" (veja bem que os argumentos são produzidos naquela novilingua típica do petismo); isso é uma grande inverdade; o Palácinho fica a poucas quadras do centro da cidade, dá para ir a pé, e essa enorme área é quase toda ela praticamente um museu, onde se destacam o Margs, o Memorial ao seu lado, o Theatro São Pedro, a Biblioteca Pública, os dois palacetes ao lado da Assembléia Legislativa; o Museu Julio de Castilhos, a Casa de Cultura Mário Quintana, e no mínimo mais uns 15 espaços desse gênero; o que não falta é espaço cultura no grande centro expandido de Porto Alegre, o que falta, provavelmente, é público para frequentar tantos espaços desordenados e espalhados; 4) o Rio Grande do Sul, segundo ele, teve o privilégio de ver nascer um grande número de fotógrafos, que não têm onde expor seus acervos (dá licença, o que mais tem é exposição de acervos fotográficos, aliás há um museu, na rua José do Patrocínio, também na região central, na Cidade Baixa, que é dedicado à fotografia, e lá está, por acaso, o quadro com a única imagem conhecida do fundador da capital gaúcha, o português José Marcelino de Figueiredo, também conhecido como Sepulveda, que dá este nome à travessa que vai do portão do cais até a Praça da Alfândega); nem comento o ítem 5, porque demonstra que todos os seus colegas não deram a menor importância para a mulher do governador, mas Eliseu Padilha resolveu se dedicar em atendê-la. Deputado Padilha, eu moro no Rio Grande do Sul, cresci aqui, vi meu pai morrer aos 87 anos tendo na parede de seu quarto as fotografias de Leonel Brizola e Getúlio Vargas, porque esta era a terra em que homens tinham convicções e as levavam por sua vida inteira. Naturalmente, os tempos mudaram muito..... hoje, os homens públicos parecem mais bonecos do borracha, com uma coluna vertebral completamente elástica.

Nenhum comentário: